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terça-feira, 19 de maio de 2015

Amores antigos.

Amores não morrem.
Eles podem dormitar.
Esconderem-se por medo de se mostrar.
Fugir para não serem apanhados, amarrados, pegos.
Fingir que não existem mais.
Dobrar rápido a esquina para não serem encontrados.
Ficarem nas ruelas escuras para não serem vistos.
Cavarem buracos e neles se enfiarem.
Imitarem os avestruzes.
Silenciarem por todo tempo que puderem.
Maquiarem-se para não parecer amor.
Buscar olvidarem o que são.
Fingir que não mais existem.
Para não criar problemas.
Em vão.
Latentes sempre estarão.
Esperançosos de serem encontrados.
Mimados, tocados, acariciados.
Relembrados em todos os acontecimentos.
Revividos.
Ressuscitados.
Sentidos com todos os sentidos.
Libertos de toda a poeira, de toda sujeira, de todo erro.
Para limpos, brilhantes, fulgurantes.
Adentrarem no lugar que lhes pertencem

Nosso eu.

domingo, 17 de maio de 2015

Personagens.


Personagens.

Já que não sabes o rumo a tomar
E vives a pensar por aqui ou por lá
Não temas experimentar.
O Cosmo é abundantemente prodigioso
Desavergonhadamente perigoso
E tutor.
Nada realmente te fere
Somente a ilusão da dor.
Tu és o personagem cheio de ketchup
Que irrompe de terror ao se imaginar sangrando em demasia.
Enquanto chora a linda mocinha amada e desarvorada.
O publico entra e saí da peça em que se encontras
E mesmo tu cansado também se desencanta
E por trás das cortinas descansas.
Até que o cheiro da carne, do perfume, do álcool, do amor humano.
Chama-te, te convida e não resistes.
Voltas ao palco em outra versão
Talvez mais alegre ou triste.
O importante é que te assiste o chefão
E quando nota que naquele teatro de tudo encenastes
Passas-te para outro de maior nova envergadura.

Onde com certeza as exigências serão mais duras.

sábado, 16 de maio de 2015

Fresta no tempo


Fresta
Não deve ter sido pela porta
Essa há muito fechei.
Talvez alguma janela mal cuidada, mal fechada, somente encostada. 
Que deixei, esqueci, abandonei e não mais cuidei.
Por alguma fresta com certeza ela entrou
Feito fumaça, feito neblina, feito fog inglês e silenciosamente se instalou.
Trouxe consigo todas as lembranças
Que pude rememorar.
Causou com certeza
Toda a dor que pode causar.
Relembrou... Antigas questões, falsas decisões, decepções por mim criadas.
Sofri todos os antigos movimentos e momentos
Os anos que deixei a porta aberta
Braços prontos e estendidos aos abraços
O coração no escuro e na solidão.
Somente a semente do retorno e da reparação.
E finalmente a dolorosa verdade do fim.
Mas, o fim daquele mundo legítimo.
Enquanto, nas quimeras continuavam as peripécias.
Aventuras entre o real e o imaginário.
Inseparáveis e indistinguíveis.
Encontros e desencontros.
Tanto que já não sabia o que era verdadeiro e o ilusório.
Como uma planta miúda, uma trepadeira, uma parasita.
As alucinações minguaram, amainaram, atenuaram, serenaram.
Que com o tempo pensei secou! Findou! Acabou!
Mas, hoje com a visita do passado em forma de fumaça e fantasia.
Percebi que nas minhas quimeras, alucinações, delírios e desvarios.
Existem com certeza vida, vigor e dor.
Que continuarão a me visitar eternamente.
E penso que mesmo que a idade me demente
Elas lá estarão.
Como roca das Senhoras dos Destinos, as Parcas.
Eternamente a fiar.


quarta-feira, 6 de maio de 2015

Por que me criaste?



Por que me criaste?
Concedendo-me a visão
Dos astros, da relva, das águas que correm.
Dos olhos do meu pai, da figura materna, da minha paixão.
Por que me criaste?
Sentindo o cheiro do mar, das algas, dos peixes vivos.
Das flores com todos os seus coloridos.
Por que me criaste?
Vivenciando o toque de amor
Do sexo sem pecado ou pudor.
Por que me criaste?
Ouvindo o canto do rouxinol, da cotovia.
Dos ventos nos coqueirais, da brisa que assovia.
Por que me criaste?
Experimentando o doce mel das frutas
A embriaguez libertadora do eu.
Por que me criaste?
E tanto me destes
Quando já sabias de antemão

Que esse eu feneceria por tuas mãos.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Pó.


Sou torta semente
Ledo engano da natureza
Não atraio pela beleza
Não canto e nem encanto
Sou o mais comum dos seres
Nada tenho que me diferencie de outro
Nem tampouco que me identifique com quem quer que seja.
Não fui o primeiro e nem o último
Parei no meio do nada
E muitas vezes nada me sinto
Tão pouco nada faço.
Ando sem rumo
Assim não canso
Nem penso
Não quero e não desejo.
Aceito o que vier a chuva, o sol, o relampejo.
Acoita-me a noite, o descampado ou o freixo.
Os fantasmas me tomam por companheira
Não se assustam nem me maltratam
Respeitam a dor que comigo habita
De ter me tornada nada na vida
Como eles poeira e pó.

domingo, 12 de abril de 2015

Seja feliz.



Seja feliz.

Há momentos tão especiais
Despercebidos por nós os normais.
O Sol espreguiçando no mar
O cheiro de sal no ar.
Nuvens Empurradas pelos ventos brincando de pega
Que isso a elas não nega.
A grama verde sob os pés
O contato com a terra
Quem sabe um gnomo a te não se apega
Enquanto cuida do teu canteiro em flor?
Aproveita o latido do teu cão a tua chegada
O bom dia sorridente de qualquer irmão
O gosto amargo do café
A doçura do mel, da trufa, da uva.
Abençoa a vida, mesmo a mais simples.
O corpo que te serve de veiculo
Os presentes do universo
Mesmo a dor
Aceita como parte do teu livro.
A vida tem bons momentos
Aproveite-a com teus melhores sentimentos
Busca ao máximo ser feliz.
Ponha um sorriso no rosto
Luz no olhar
Abençoa a tudo e todos
Com certeza melhor te sentirás.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Meu caminho.

Não seja a solidão meu caminho.
Não trace a minha rota a derrota de ser sozinho.
Que eu plante a sementes de amizade,
A doçura e a bondade,
O auxilio ao deserdado,
Ajuda ao abandonado.
Consiga seguir silencioso junto ao idoso
Ouvindo suas historias mil vezes mil
Como contos novos e não senil.
Possa correr com as crianças.
Encanta-las com estórias de fadas.
Faze-las riem.
Aos jovens seja exemplo minha conduta
Fazendo o que falo e sentido o que penso.
Seja esse o meu caminho
Mesmo que desde agora
Quem sabe neste tempo que me resta
Possa sentir minha alma em festa
Com os amigos que conquistei
Pelo amor que doei.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Existência passageira





No momento não dá para correr
Estremecer e fugir.
Nem mesmo desistir
Ou fingir não ser.
Fazer de conta que não é contigo
Buscar salvação em bentos artigos
Procurar apoio nos amigos.
Sumir do mapa simplesmente
Usar o poder da mente
Mentir e acreditar.
É o tempo da verdade e do teste
De enfrentar qualquer peste
Dor. Duvida. Demo.
Quando a hora da pena cobrada
De a lição ser tomada
Não insista
Não finjas que não existes.
Recolhe-te ao teu espirito
Ao teu anjo de guarda bendito.
E enquanto teu mundo rui
Como louco ri.
Da existência passageira 
de ti.







sábado, 28 de março de 2015

Concessões da Luz.


É a Luz que me permite ver
A beleza de cada ser
Eu e você.
As cores matinais
Voo de pardais
O verde marinho
O céu de nuvens limpinho.

É a Luz que me concede ouvir
O ronronar do gato
Teu grito a cada ato
O riso solto da criança
O conselho dos de muitas andanças.
O som do trovão
Do bater do meu coração.

É a Luz que me confere o sentir
Tua pele na minha
As mãos que acariciam
O vento no rosto
O cheiro de peixe no porto
Odor de mil flores
Olor com todos os sabores.

É a Luz que me guia
Entre espinhos
Nos mais doces caminhos
Em meio a vendavais
Com os pés sangrando em meio à beleza corais
Nos labirintos da mente
Na felicidade que sinto


Pela Luz, só pela Luz.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Mulher chora no casulo da vida.



Chora mulher partida de mil pedaços és revestida.
Nas mascaras que cobrem teu rosto
Apresentam-se embotados os teus desgostos
De mãe, esposa, filha, irmã.

Pranteia tuas aflitivas vidas
Das vivencias tão temidas
Que passastes e passaras ainda.


Temes o soar da hora
Dos que ama irem embora
Da solidão no teu quarto
Da janela fechada para a grande vida.

Pranteia todas as antigas, atuais e prováveis despedidas.
Choras por todos que por ti passaram
Sem lembrar quanto te amaram
Do teu carinho para cada ser sem nunca exigir o ter.

Solta as tuas lagrimas mulher partida
Mulher parida
Mulher rapariga.

As borboletas estão libertas do casulo
Somente suporta do tempo o abuso
Que te tranca... E voaras com elas
Quando os céus para ti abrir a janela.




Busco


 
Uma rota mesmo torta
Um caminho, um atalho.
Ladeira subindo
Barranco descendo.
Altas torres
Que nos céus se perdem.
Pontes movediças
De madeiras quebradiças.
Buracos, lamas, atoleiros.
Aumentam meus devaneios.
Escuro canto em minha mente
Guarda a minha felicidade
Esconde minha fealdade.
E no labirinto infindável da vida
Mesmo com a alma dorida
Escorrego um pé a frente do outro
Num bale de louco
Eu caminhante inveterado
Mesmo que alquebrado busco
Mas, não me iludo.
Sei que não é vil metal o que procuro.
Nem poder, beleza, juventude.
Procuro a paz do mestre e sua mansuetude.
Meu repouso em sua paz.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Prece.


Eis que toda a prece é ouvida
Pela miríade de seres que habitam o universo
Nenhuma lagrima, nenhuma dor sentida.
Passa despercebida sem eco ou resposta.
Possa ser que não tenha a missiva escrita em fel
A réplica banhada em mel.
Mas, virá com certeza nessa noite escura.
Um lume para findar as agruras
Para apontar uma saída.
Que não seja talvez a que sonhamos
Porém a necessária para que cresçamos
Quebremos o grilhão do sofrimento.
Rasquemos a nossa escuridão.
E tornemo-nos o sal da terra
A luz na janela
Até para quem nos observa.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Não sou.



Naõ sou essa que passa sem deixar recado
Imersa em profundo silêncio
Inerte frente a vida.
Não me julgue morta pela mortalha
Pelo roxo olhar
Tez palida.
Pelo pulso que não pulsa e não impulsiona
A dar o salto no escuro
A escolher o desconhecido.
Olhe bem
Em todas as minhas não ações
Encontram-se escolhas
Boas ou não.
Nem a tua nem  a minha balança
São fieis depositárias da verdade.
Não sou feita de vigança
Nem preenchida de Luz.
Apenas vivo
Ou tento
A cada dia
Um dia
Um intento.

domingo, 9 de novembro de 2014

Guia.




Guia anjo todas as crianças
Em meio aos perigos e mesmos na bonança
Onde se escondem as maiores armadilhas.
Orienta-lhes os passos cuidadosamente
Iluminando lhes a mente
Aquecendo lhes os corações
Apontando as boas ações.
Ensina-as anjo guardião
O peso de cada escolha
De cada pensamento
Desejo
E finalmente ação.
Sopre-lhes aos ouvidos
As Leis que vigoram e eternamente vigorarão.
Não as abandone santo anjo guardião.
Para que não sejam pelas trevas engolidas
Apagadas suas luzes
E só ouvimos seus choros e ranger de dentes
Tornando vã tua existência
Tua sabedoria
Teu amor

Tua tristeza e desilusão.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Continua...



Para que tanto desespero?
Continua...

Entre outras árvores e arvoredos
Em relvas mais verdes
Em meio ao burburinho de milhões
Que as cenas novas constituem então.

Continua...
Em trilhas esquecidas
Mas tantas vezes pisadas
Nas linhas mal traçadas
nas idas e vindas
De vidas mil.

Continua...
Andarilha alma continua.
Mesmo antes teu desespero
Tua dor profunda.
O que consideras morto
Em outras paisagens
A sua vida continua.

Eternamente
Continua...
Continua...
Continua...




sábado, 16 de agosto de 2014

Perdido



Perdidos.
Anos de vida em vão?
Em busca de insanas satisfações
Passageiras e infantis.

Perdidos...
Esforços de retificação
De busca de deificação
De purificação.

Perdidos...
Atos de boa vontade
Presentes de amizade
Aos amigos que nunca foram ou são?

Perdidos...
Todo o caminho escolhido espinhoso
Todo ato bondoso
Todo o mel?

Perdidos...
Duvidoso.
Diante da angustia e da duvida
E a certeza da fé.

Estou
Ainda perdido.


terça-feira, 4 de março de 2014

Perdeu-se


Perdeu-se minha paixão por ti

Nas pústulas das minhas misérias

Na dor profunda das desilusões

Nas horas de aflição quando desaparecias

Em todas as tuas grosserias

Quando me atraiçoavas

Molestava-me com tuas verdades indiscutíveis

Rias de mim

Punha os dedos em minhas feridas

Abandonava-me na minha solidão

Esmigalhavas meus sonhos

Escarnecias das minhas ideias e ideais.

Foi-se o tempo em que tudo girava em torno de tu

Meu ar

Meu céu

Meu mar

Meu chão

Meu respeito e admiração

Tudo destruído

Abalado inexoravelmente

Para sempre

Infelizmente

Para sempre...

domingo, 2 de março de 2014

Sigam


Siga o riso
A falta de siso
O não preciso.

Siga a alegria
A boemia
A alforria.

Siga a alucinação
A ilusão
Do desejo a realização.

Siga sem pensar
A insensatez
A estupidez.

Siga
Sem medo
Sem pudores.

É o caminho
De todos os atores
Que as vidas iniciam

Até que um dia
Cansados de falsa euforia
Descansarão nos braços de Deus.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Grilhões partidos.


Quando os nós desatam
As algemas caem
As dúvidas dissipam-se
E a vontade impera
Os pensamentos impõem-se
O coração emudece
Os pés se mexem
E andam.

Abrem-se portas
Escancaram-se janelas
Caem os muros.
Repentinamente lá está ela:
A vida
De roupa nova
Novos desafios
Tantas alegrias
Algumas novas dores.

Mas, vida
 Pulsando...
Invocando-te. Vem!

Aos que romperam os grilhões
Com os velhos amores
Situações pendentes resolvidas
Optaram pela liberdade
Existe nova chance de ser feliz.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Máscara


Ouço tuas gargalhadas espalhafatosas

Teu riso desmembrado do real

O som estridente da tua alegria

Pergunto-me é natural?


Nos teus olhos pupilas alcoólicas

O bafo da cerveja

A secreção bucal da maconha

O que buscas?


No toque dos tambores alucinados

Das músicas que gritam aos teus sentidos primitivos

Do som alto

Indago o que tentas sufocar com tais ruídos?


Fim de festa

Bêbado

Sem rumo

Dormes sob a marquise como criança abandonada.



Não há mais drogas

Nem risos

Nem musicas

Somente tu e tua verdade adormecida.



Perdida entre as festas da carne

Escondida pela falsa alegria

Escondes tão bem tua agonia

De não ser o que querias.