sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Pedido a Deus.

Pedido a Deus.

Deus.

Meu Pai e Mãe benditos.

Ouça a prece que te dito.

Abra minha mente e coração.

Para ouvir palavras, rimas, a poesia.

Que sejam as musas minhas guias.

Os profetas e poetas que aí estão.

Que preencham minha mente, meu coração.

Das palavras que iluminam.

Sejam pelo amor, pela dúvida, pela corrosão.

Do que se crer ou não.

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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Por ser mãe.


Por ser mãe.

Choro por mim e por você,

Choro minha dor e a sua,

Choro por que choras,

Choro pela tua filha que se foi,

Choro por Eloá,

Choro por ti mãe,

Choro pela sua solidão,

Choro pela tua saudade,

Choro pelas lembranças que ficaram,

Choro por que elas serão tormentos,

Choro pelo teu sorriso triste,

Choro pela tua angústia,

Choro por que, para ti, poderia ser diferente,

Choro pela ausência da tua amada,

Choro por todas as lágrimas derramadas,

Choro, porque seu choro, poderia ser o meu,

Choro pelo que te aconteceu.

Pois, sem ilusões, eu sou tu, tu és eu.

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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Nota.

Nota.

Tic,tac, tic, tac.
É o tempo no relógio.

Chuá, chuá, chuá.
É a água.

Blem, blem, blem.
É o sino na igreja.

Oinc, oinc, oinc.
É o porco no terreiro.

Piu, piu, piu.
É o pássaro na árvore.

Au, au, au.
É o cão no canil.

Miau, miau, miau.
É o gato no telhado.

Fum, fum, fum.
É o vento nas folhas.

Splash, splash, splash.
É o peixe nas águas.

Boooooooom!
É a bomba em Hiroshima.

Nota destoante
Na música de Deus.

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terça-feira, 28 de outubro de 2008

Não te enganes.

Não te enganes.

Foi tua mão.

Foi teu desejo.

Teu desespero a ser rejeitado.

A não ser mais o amado.

O não escolhido.

Como o primeiro anjo do céu a cair.

Perdeste o teu paraíso.

Tua beleza.

Tua vida.

Escolheste o caminho dolorido.

O caminho da revolta.

Não, não tentes te enganar foi tua mão.

Que decepou um galho da árvore divina.

Que cortou sonhos.

Que extinguiu uma vida.

Que maculou de tristeza tantas outras almas.

Que enodoou a tua própria.

Lamentas?

Contudo, terás tua prenda.

Um recomeço duro.

Uma solidão profunda.

A certeza de nunca mais encontra a amada.

Morta pelo teu pseudo-amor.

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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Farol.

Farol.

Meu caminho.

Teve tantos espinhos.

Tantas curvas fechadas.

Estradas amarguradas.

Passos indeciso.

Fundos precipícios.

Florestas escuras.

Rios caudalosos.

Perigos...

Mas, ao longe te vi.

Tua Luz era um ponto.

Ponto que persegui.

O caminho estreito.

Era preciso mais cuidado.

Mais atenção.

Mais amor no solo que pisava.

Mais carinho com que cruzava.

Até toca teus pés.

Tu estenderes-me as mãos.

E eu ser parte da Tua Luz.

Em outros caminhos.

Como farol para outros peregrinos.

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domingo, 26 de outubro de 2008

Encontrei felicidade.

Encontrei felicidade.

No abraço do meu filho.

No beijo do companheiro.

No bom dia da vizinha.

No sorriso do carteiro.

Na saudação do lixeiro.

No pão amassado pelo padeiro.

No feijão do cozinheiro.

No chão limpinho do faxineiro.

No caderno completo do aluno.

Na missa do padre.

Na palestra espírita.

No toque de umbanda.

Na reunião Rosa Cruciana.

Nas palavras do Dalai Lama.

No discurso de Madre Teresa.

Na bondade de irmã Dulce.

No amor aos animais de São Francisco.

Na santidade de frei Damião.

Na bênção papal.

Nas mãos de Usui.

Nos florais de Dr. Bach.

Nos ensinamentos de Ramatis.

No discernimento de Yogananda.

No amor de Sai Baba.

Na paixão do Cristo Jesus.

Todos homens.

Como eu.

Que se tornaram divinos.

Como serei um dia...

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sábado, 25 de outubro de 2008

No final.

No final.

Quando tremerem minhas mãos

E nada puderem fazer...

Quando meus olhos

Estiverem sem luz...

Meus cabelos

De branco neve...

Minhas memórias antigas vivas

Minhas novas memórias mortas...

Minhas pernas fracas

Esquecidas numa cadeira de rodas...

Meu corpo frágil

Estendido sobre o leito...

Meu coração a bater ainda

Contudo lento...

Lembra-te...

Que minha alma ainda te ama...

E precisa do teu amor.

Para ficar em paz.

E mesmo com todos os pesares dos anos.

Ser feliz.




sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Passou.

Passado.

Como é difícil enfrentar o passado.

Ver todos os nossos erros impressos.

Sem poder ser modificados.

Ser ter condições de apagá-los.

Refazer o mal feito, deletá-los.

Ter que conviver com a consciência do erro.

Que tenha sido por medo, amargura, ignorância.

Ele existe e instila vergonha.

Quando já demos passos à frente na senda.

E a consciência expandiu, compreendeu, atingiu outro grau.

Um patamar adiante.

Um degrau a mais.

É o espinho na carne.

Impossível poder ser retirado.

A única solução é retratá-lo.

Mas, às vezes, perdemos o alvo atingido.

E temos então que espera outra vida.

E conserta o erro cometido.

Sem lembrar sequer do ocorrido.

Podendo então, cair de novo em precipício.

Por nos acharmos inocentes desprotegidos.

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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Que te amo, amo.


Que te amo, amo.

Mas, não como um furacão enlouquecido.

Uma tempestade marítima.

Um tufão embrutecido.

Um terremoto destrutivo.

Um cão enraivecido.

Um cavalo indomável.

Uma águia liberta.

Um tubarão em águas rasas.

Que te amo, amo.

Com sentimento de paz e calma.

Uma brisa leve e refrescante.

O vento frio do inverno.

A terra firme que sustenta vida.

Um amigo fiel.

Um servido inabalável.

Um canário imperial para te encantar com meu canto.

A música de sereia.

Sem nenhum perigo.

Só o porto.

O porto seguro para teus medos.

O abraço que te segura nas quedas.

Foi o tempo...

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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Envelhecemos.


Envelhecemos.

Sem notar. Envelhecemos.

Não vimos às rugas chegarem e se implantarem cada uma em seu lugar.

Não percebemos o monte de cabelos que embranqueceram.

Só quando nossas cabeças tornaram-se tingidas de neve e giz branco.

Não sentimos a flacidez da pele.

A papada flácida que se movimentava com nosso pescoço.

Nem tão pouco percebemos que a visão encurtava rapidamente.

Não ligávamos para as pequenas dores.

Que hoje nos impõe um calmo andar.

Não vimos os filhos crescerem.

Deixando de serem meus meninos.

Não percebemos que nos falta assuntos novos.

E relembramos mais do que criamos.

E só sentimos nossa velhice

Quando estamos sós.

Sem a alegria e o barulho, antigo da casa cheia.

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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Feitos para o amor.

Fomos feitos para o amor.

Moldados no amor.

Riscados nossos traços com amor.

Implantado nosso odor com amor.

Nos olhos só brilho com amor.

No sorriso aberto amor.

Nas mãos estendido amor.

Nas palavras doce amor.

Fomos feitos para o amor.

O amor de mãe.

O amor de amiga.

O amor irmã.

O amor de filha.

O amor do amante.

O amor da família.

Amor espalhando amor.

E quando nos tiram o amor humano.

A vida.

Seca.

Morre.

Petrifica.

O corpo perece em pus e feridas.

A alma se contorce, disforme, distorcida.

Em lágrimas sofridas.

Busca o fim dessa vida.

Foge do corpo.

Busca amor verdadeiro.

Único.

Interminável.

Brando, caloroso, acolhedor.

O Pai.

O Criador.

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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Sombras do passado.

Sombras do passado.

É o passado que volta

Que retorna inesperadamente

Ou calculadamente pelo Cosmo.

O reencontro acidental

Ou escrito nas estrelas a néons.

É o passado que volta

Transformado em surpresa.

Da qual não se sabe o conteúdo ou o final.

Ele está lá.

Como quem vigia, espreita, espera o bote.

É a tua prova.

O teu toque.

Regressando em lembranças.

Em erros, em coisas que, para ti, não ficaram resolvidas.

É o passado que não volta.

Só uma sombra que trespassa a vida.

Que se tornara, ou não, uma presença.

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domingo, 19 de outubro de 2008

Teu anjo.

Teu anjo.

Deixa-me ajudar.

Não fira teus pés nas pedras do caminho.

Não te percas pelas pequenas estradas.

Tendes cuidado com as feras do mundo.

Não te permitas ficar sozinho.

Escuta-me... Deixa-me ajudar.

Estou aqui para isso.

Foi o que pedi.

Essa é minha maior missão.

Ser a tua sombra.

Viver para ti.

Por trás da cortina.

Enquanto brilhas.

Minha felicidade é a tua.

Meu sucesso é tua fama.

Nada é mais importante, agora, que ti.

Deixa-me amar a tua alma.

Enquanto posso.

E quando chegar a hora.

Abrirei as mãos.

Abrirei as portas.

Abrirei o coração.

Estarás livre de mim.

Sozinho em tua estrada.

E partirás para cumprir teu destino.

Ser de outro anjo guardião.

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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Estarei contigo.

Estarei contigo.

Seja o que for...Estarei contigo.

Sinta qual dor...Estarei contigo.

Sofras por amor...Estarei contigo.

Adormeça entre lágrimas... Estarei contigo.

Sejam seus sonhos pesadelos... Estarei contigo.

Imerso estejas em padecimentos... Estarei contigo.

Perdido em tuas próprias trevas... Estarei contigo.

No auge do perigo... Estarei contigo.

Nos momentos mais terríveis... Estarei contigo.

Quando te abandonarem todos... Estarei contigo.

Em teus momentos de loucura... Estarei contigo.

Na escuridão dos teus olhos... Estarei contigo.

Em qualquer circunstancia... Estarei contigo.

Sou teu anjo, teu guia... E por mais que não acredites em minha existência.

Estarei contigo.

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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Era meu sonho: a paixão

Era meu sonho: a paixão

Quente e soberana

Ardendo o coração.

Era minha vontade

Amor eterno

Sem sentido, sem destino, sem razão.

Só amor.

Pura ilusão.

Veio o tempo.

Os problemas.

Os filhos.

As contas.

As traições.

A monotonia.

A apatia.

A invigilância.

A covardia.

A traição.

A dor.

A raiva.

O ódio.

O ressentimento.

A compaixão.

O erro compreendido.

O caminho reiniciado.

A morte da paixão.

O amor de irmão.

O escuro e a solidão.

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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Procurei nove amigas

Procurei nove amigas

Coisa difícil de achar

Encontrei oito mulheres

E um homem para completar.

São amigas diferentes

Uma em cada lugar

Cada uma com uma forma de ajudar.

Elza para me apoiar nas dores,

Elsa para conversar e meus blogs cuidar,

Graça para mostrar meus erros e apontar acertos,

Humberto para lembrar o que sou,

Jane para por em prática meus planos,

Marilene para desabafar,

Mariomar para quebrar todos os galhos,

Nina Rose porque por toda vida a de me acompanhar,

Socorro para ouvir meus sonhos e compartilhar.

Cada qual com seu jeito

Com seu ser

Com sua amizade

Completam minha vida

E a tornam singular

Amorosa.

Feliz.

Obrigada.

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terça-feira, 14 de outubro de 2008

O Culpado.



O culpado.


Quem te impede de fazer o bem?

Quem te proíbe doar o que não usas?

Quem se opõe a tua bondade?

Quem te prende a mão que doa?

Quem não permite a tua caridade?

Quem atrapalha tua solicitude?

Quem embaraça teus planos de auxilio?

Quem interrompe tua obra de ajuda?

Quem obstrui teu amor ao próximo?

Quem atravanca teu crescimento como alma?

Teu egoísmo.

Teu orgulho.

Tua inércia.

Tua má vontade.

Em mover-se em direção ao Bem.

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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Teste.

Teste.

Toma meu amor.

Faz dele meu sonho maior.

Enobrece-me com Tua aceitação.

Testa-o através da dor.

Como o ourives testas o ouro.

Deixa-me seguir teus passos.

Dá-me força para tanto.

Tanta renúncia e dor.

Tanta felicidade e amor.

Tanta paz pelo dever cumprido.

Leveza no sorriso dado.

Braços fortes e cansados de levantar irmão caídos.

Boca doce de nenhuma palavra amarga.

Perdão abundante no coração.

Pés leves no caminho da Tua tradição.

Não pelos caminhos de tamareiras.

Mas, nas calçadas, nas ruas, nos guetos de sujeiras.

Falando de Ti por Ti e não por mim.

Tu serás eu e eu calarei por Ti.

Quando apedrejado, tido como louco.

Saberei que realmente Ti encontrei.

Pois, o mundo me abandonará.

E serei teu.

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domingo, 12 de outubro de 2008

arrependimento

arrependimento

Quem dera...

Ter dito não,

Ter recusado,

Não ter aceitado,

Ter-me retirado,

Ter rejeitado,

Ter negado,

Não ter permitido,

Não ter concedido,

Ter-me oposto

Não ter me prestado:

A ser teu delator,

A ser o traidor,

A ser racional,

A não seguir teus passos,

A não ter te acompanhado ao martírio,

A ser teu escudo.

E como último ato

Covardemente dementado,

Deixar a vida pendurada em um galho.

Perdoa-me.

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sábado, 11 de outubro de 2008

Deusa da justiça


Deusa da justiça

Caíste com Roma do teu pedestal.

Ou mesmo antes dela caí com os bárbaros.

Senhora da justiça, espírito da justiça.

Fecharam-te os olhos

Não para seres imparcial.

Mas, para te esconderem a verdade.

Apagarem de Ti a luz que esclarece.

E Tu viraste triste enfeite em mesas, armários e entradas de palácios.

Fosses substituída pela fraude, pelo roubo, pela impunidade.

Somente resiste a tua Luz.

Oriunda da justiça divina.

Que não é cega,

Não é injusta,

Não se entrega,

Não se vende,

Não se corrompe,

Não se detém.

Com um só nome a todos devedores visita.

Carma.

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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Escolhido.


Escolhido.

Deus quem dera ser um dos teus escolhidos.

E após a vida no céu recebido.

Pelo coro dos anjos embevecido.

Pisar em tuas estradas de ouro.

Colher rosas de diamantes.

Deus quem dera ser um dos teus escolhidos.

Ouvir sons de cascatas borbulhantes.

Odores de flores mil.

Canto de pássaros não conhecidos.

Que enchem o ar de poesia.

Deus quem dera ser um dos teus escolhidos.

Para está aos seus pés por toda eternidade.

Louvando-te a grandeza, a sapiência, a pureza.

Não me cansando nunca de olhar para Ti.

Deus, quem dera ser um dos teus escolhidos.

Para viver eternamente em bênção divina.

Em paz eterna.

Em Shamadi, Satori, Êxtase.

Em ócio divino.

Deus sabe que não serei um desses teus escolhidos.

Então, dá-me um pequeno jardim de rosas.

Para que possa trabalhar a cada uma.

E um dia, minha recompensa, ter o mais lindo buquê de flores...

A te oferta.

Resultado do meu trabalho, do meu suor, do meu amor por Ti.

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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Já não posso.


Já não posso.

Doar o que doei.

Entregar-me do mesmo modo.

Ter verde eterno a minha esperança.

Acreditar veementemente na melhorar.

Sonhar que sim...Vai melhorar.

Que os problemas serão passageiros.

E mudaremos para melhor.

Já passou o tempo e a experiência endureceu meus sonhos.

Vejo-os a cada dia mais envolvidos em materialidade.

Eles não sonham com anjos.

Sonham com poder, sexo e drogas.

Choro pelas suas perdas.

Que eles acham ganhos.

Vejo-os estendido ao solo.

Em poças do seu próprio sangue.

Mortos, jovens, alegres e sanguinários.

Fariam o mesmo com outros.

Oro.

Para que não seja longo o tempo da reparação.

Que lhes chegue à compreensão.

Que ser bom é bom.

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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Te escolhi

Escolhi

Desci.

Porque te vi.

Amei-te sem pensar.

Vi tua alma.

Igual a minha.

Não titubeei.

Desci.

Corri atrás de ti.

Sem pensar em nada a não ser em aproximar-me.

Desci.

Pois, vi teus olhos tristes.

Seu não sorriso.

Num rosto plácido.

Porém, triste.

Desci.

Para te fazer sorrir.

Alegrar tua vida.

Preencher teus sonhos.

Fortalecer teu ânimo.

Fazer-te feliz.

Nem que fosse por um tempo.

Enquanto coubesse nos teus braços.

Dormisse no teu colo.

Balbuciasse poucas palavras.

E depois quando crescesse e me fosse.

Um dia voltaria.

Com outro anjo nos braços.

Que chamarias de neto.

Duas vezes duas filho teu.

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terça-feira, 7 de outubro de 2008

Doce olhar.

Doce olhar.

Doce olhar de mel.

Numa face de Luz.

Num sorriso que apazigua.

Na mão que acaricia.

Nas mãos que curam o corpo.

Nas palavras que curam a alma.

Nos ensinamentos que purificam a vida.

Que eleva o animal/homem a homem/anjo.

Leves pisadas em solo árido.

Que fazem brotar flores em terrenos áridos.

Crescerem sementes entre pedras.

Amolecerem corações endurecidos.

Cultivando amor.

Teu canto preencheu a tudo.

Percorreu os mares.

Atravessou oceanos.

Abraçou o mundo.

Entrasse em todas as casas.

Sendo ou não bem recebido.

Tentastes trazer luz as sombras.

Partiste e ficastes.

Estás em cada coração que te ama.

Tenta de amar.

Ou te seguem os ensinamentos.

Não morrestes no madeireiro infame.

Continuas aqui comigo e com tantos.

Nos iluminando a alma triste.

Com tua voz sublime, tua Luz divina, teus encantos.

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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Não, não te abandonei

Não, não te abandonei

Não, não te abandonei por prazer.

Nem tão pouco pelo trabalho que me trarias,

Ou pelas horas de sono que iria perder.

Não, não te abandonei por prazer.

Para ficar na rua alta hora,

Ou badalar em festas frívolas.

Não, não te abonei por prazer.

Para poder amar aos homens,

Ou não envelhecer rapidamente.

Não, não te abonei por prazer.

Que sei que são rápidos como relâmpagos,

Tênues como teia de aranha,

Mutantes como as nuvens.

Não, não te abandonei por prazer.

É que não podia fica contigo,

Meu peito era seco,

Sem vida, sem leite.

Não tinha a te dar agasalhos,

Só trapo.

Pensei em ti.

Não, não te abonei por prazer.

Mas, pela minha miséria.

Pela minha pobreza total.

Pensei em ti.

Perdoa-me.

Filho.

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domingo, 5 de outubro de 2008

Pedindo.

Pedindo.

Eu estendo minha mão.

Peço...

Tu indagas.

Quem és?

O que queres?

Por que o queres?

Realmente precisas?

Não estás a me enganar?

Eu estendo minha mão.

Peço.

Envergonho-me...

Tu te indagas.

Será merecedor de minha ajuda?

Não estará nessa situação por merecimento?

Devo ajudar a esse ou a outro?

Vale a pena ampara a essa criatura?

Eu estendo minha mão.

Peço.

Envergonho-me.

Sofro...

Tu indagas.

Valerá auxiliar?

Não é mais um vagabundo a tripudia da boa fé humana?

Mais, um enganador?

Um salafrário?

Um ladrão esperando que me aproxime mais?

Eu estendo minha mão.

Peço.

Envergonho-me.

Sofro.

Enquanto indagas

Eu me retiro.

Com minha fome.

Com minha miséria.

Com minha dor.

Com minha vergonha.

Sem tua ajuda.

Sem teu amor.

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sábado, 4 de outubro de 2008

Seu nome...

Seu nome...

Como fera que espreita.

Arreganha a boca e espera.

Dentes a mostra em ameaça.

Saliva grossa que escorre.

Rosnado...

Olhos de fogo no escuro.

Olhos de caçador.

Olho de quem atormenta a presa antes da morte.

Olhos que paralisam, estancam.

Pequeno monstro.

Que nos para os passos.

Nos atormenta as noites.

Nos impede.

Nos detêm.

Estacionando-nos na vida.

Seu nome: medo.


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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Envergonho-me...

Envergonho-me... Tenho tanto.

Tão pouco oferto.

Para que esse apego desvairado.

Esse egoísmo exacerbado.

Esse medo de tudo perde...Doando.

Como se realmente falta fosse fazer.

Então, guardo, escondo, prendo.

Cristalizo, petrifico meu coração.

Contudo, felizmente, em algum momento, vejo.

Alguém dando.

Não dinheiro,

Não roupa,

Não alimento.

Mas, a si mesmo.

Seu tempo.

Seu trabalho.

Seu suor.

Seu sorriso.

Sua força de vida.

Seu amor.

Enrubesço.

Envergonho-me.

Aprendo mais um pouco.

Esse sentimento quem sabe?

Leve-me a um novo começo?

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quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Minha boneca Marli

Minha boneca Marli

A mais linda das bonecas.

De cabelos vermelhos,

Enroscados pelos meus mil penteados.

Imundos por serem pelo chão arrastados.

Faltando, aqui e ali, uma mecha, que lhe foi arrancada.

O corpo um pouco deformado.

De tantos abraços apertados.

De saltos mortais,

Cambalhotas originais.

Vestido rasgado.

Velho,

Sujo,

Amarrotado.

Ah! Marli...

Era minha boneca preferida.

A mais amada,

A mais querida.

Que mais necessitava de mim.

A mais doentinha,

Fraquinha, fraquinha, sim.

Foi-se no tempo Marli.

Surgiram joãos, Marias, Joaquins.

Weltons, wilsons, wandercleides,

Albertos, Marianas, Lucicleides.

Muitos outros bonecos de carne e alma.

Que me lembram a Marli.

Sujos, corpos deformados, roupas rasgadas, velhas, amarrotadas, fraquinhos, fraquinhos.

Bonecos que eu não abracei,

Que não ajudei,

Que não amei.

Hoje os procuro em outros tantos assim.

Para plantar a paz em mim.

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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Nascendo.

Nascendo.

Dura caminhada me espera.

Enquanto esqueço o que já fui.

E as lembranças se embotam.

Parecendo que adormeço.

Enquanto, insistentes flashes da vida pipocam em meus olhos.

Mas, já não os compreendo.

É como morrer.

Sabendo e escolhendo.

Deixando para trás

Não só o corpo.

Mas, todas as realizações,

Todos os sonhos,

Todos os amores.

Encolho.

Atraído pelo ventre que me espera.

Pela nova vida que começa.

Já não sou o mesmo.

Serei outro.

Outro nome.

Novas tarefas.

Fecho por fim os olhos.

Não há mais o que lembrar, o que pensar.

Só sentidos.

No fim do túnel a luz.

E renasço.

Choro.

Primeiro sinal do que me espera.

Devido a dividas contraídas durante eras.

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