terça-feira, 31 de maio de 2011

Mundos.




Mundos.

Quando vamos.

Não devemos olhar para trás.

Feito a mulher Ló.

Devemos deixar os vivos cuidar dos vivos,

Os mortos cuidar dos mortos.

Vamos ao céu?

Ótimo!

Ao orço?

Pena!

Mas, vamos.

Conscientes de que devemos resgatar nossa dividas,

Saborear nossos acertos,

Viver nossa nova vida.

Aos vivos, o mundo dos viventes.

Passageiro, efêmero, provisório.

Aos chamados mortos

O mundo perene, eterno, perpétuo, permanente.

Acreditei


Acreditei nos Mestres.
E plantei esperanças...Obtive desilusões.

Acreditei nos Mestres.
E plantei boas sementes...Obtive espinhos.

Acreditei nos Mestres.
E plantei responsabilidades...Obtive exploração.

Acreditei nos Mestres.
E plantei socorro...Obtive desprezo.

Acreditei nos Mestres.
E plantei proteção...Obtive esquecimento.

Acreditei nos Mestres.
E plantei paciência...Obtive ofensas.

Acreditei nos Mestres.
E plantei doçura...Obtive fel.

Acreditei nos Mestres.
E plantei amizade...Obtive traição.

Acreditei nos Mestres.
E plantei luz...Obtive a presença das sombras.

Acreditei nos Mestres.
E plantei amor...Obtive ódio.

Acreditei nos Mestres.
E plantei vida...Obtive morte.

Não mais acreditava nos Mestres.
Quando a morte me mostrou...Que tudo tinha sido provação.

E que todas as boas sementes que plantei.
Estavam a minha espera do outro lado do véu de Isis.

Em forma de amor e Luz.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Em um instante


Sem despedida.

Repentinamente tal qual um raio.

Um foco de luz que se ascende

Risca o céu,

Cai a terra e falece.

Um sopro, um suspiro, último.

Nem sei se ocorreu...

Pavio acesso de vela

Em beira mar,

Só pode se apagar.

Uma vida vai-se em poucos instantes.

Num segundo extinta,

Sem permissão dos que a amam,

Vai-se,

Foi,

Sem despedida.

Porta...


Não temas.

A morte não detém a vida.

Não a estanca, nem a extermina.

Simplesmente segue...

Segue rumos que desconheceis.

Leva a uma nova vivência.

No baile da existência.

Não temas essa irmã,

Não a ache medonha.

Ela só abre a porta

Para uma nova experiência.

sábado, 28 de maio de 2011

Seixos...


Seixos.


As águas da nossa alma são profundas.

São escuras pelo tempo.

São cobertas de lodo no seu leito.

Como não se perde em meio a sua fúria?

Quando elas se revoltam contra nós mesmos.

Quando acostumadas à comodidade ao eterno sim, recebem um não.

Um não a um ato egoísta.

Um não a uma comodidade.

Um não a uma maldade.

Um não em nosso benefício para ser justo a outro.

O que fazer para não ser tragado pelo lodo que depositamos em nós mesmos?

Dirige-te as margens do rio da vida.

A tantos seixos.

Seixos pequenos.

Seixos grandes.

Seixos leves.

Seixos pesados.

Seixos fáceis de serem carregados.

Seixos que ferem nossos pés e mãos.

E um a um durante a vida vai forrando o leito da tua alma, o leito das emoções de tua alma.

Para que esse lodo nunca mais venha à tona.

Se acostume com o peso do esforço da melhora.

Com o esforço do trabalho.

Com o esforço da escolha em se torna um ser melhor.

Pois, cada seixo colocado representa um esforço no sentido de se tornar um melhor ser humano.

E quando o rio da tua vida, coberto de belos seixos, já não puder o lodo macula tua alma.

Serás um anjo.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Medo de amar.


Gostaria de te amar.

Mas, teus olhos só mostram desprezo.

Desejaria poder ajudar.

Mas, tuas mãos não recebem a minhas.

Dar-te-ia meu auxilio.

Mas, irias recusar por orgulho.

Tentaria facilitar tua vida.

Mas, desconfiarias das minhas intenções.

Socorreria-te em tuas aflições.

Mas, me expulsaria da tua dor.

Assistiria tuas aflições.

Mesmo assim não aceitarias minha presença.

Poderia servi-lo em tuas dúvidas.

Contudo renegaria meus conselhos.

Poderia te abraçar.

Mas, fugiria também desse consolo.

Porque ninguém parece ter te amado até agora.

E quem é essa velha para te oferecer o que nunca tivesses.

Perdoa irmão pequeno.

Já que de ti não posso me aproximar.

Recebes do meu coração minhas preces a teu favor.

Para que um dia abra o peito e recebas amor.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Além da vida o que te espera?


Além da vida.



O que te espera?



Tu que em nadas crês?



O vazio.



O silêncio doentio.



O limbo cinza.



De onde não saíras.





Além da vida o que te espera?



Tu que não ligastes para as coisas do céu.



Que se prendesses a terra como uma grande árvore de imensas raízes.



Nada, nada que aqui tivesses.





Além da vida o que te espera?



Tu que só temias?



O castigo a teimar contigo.



O pensamento monótono dos teus erros.



Teus pecados a te perseguir.





Além da vida o que te espera?



Tu que duvidavas de tudo.



Mais dúvidas.



Verás as coisas do espírito.



Mas, elas serão reais.



Ou pura imaginação, um sonho, um pesadelo?





Além da vida o que te espera?



Tu que acreditavas...



O encontro com a Luz.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Haverá outro dia

Mesmo que a dor persista.



Haverá outro dia.



Se a tristeza te visita.



Haverá outro dia.



Choras agora.



Haverá outro dia.



Cheia tua alma de melancolia.



Haverá outro dia.



A saudade de aperta o peito.



Haverá outro dia.



A luz parece ter sumido da tua vida.



Haverá outro dia.



A angústia te atormenta.



Haverá outro dia.



A aflição te corrói.



Haverá outro dia.



São muitas as atribulações.



Haverá outro dia.



O martírio te persegue.



Haverá outro dia.



Pois, não há nada que não finde.



Ficam pois, as lições.



Que aprendidas não se repetirão.



Pois, o fado que nos é dado.



É de acordo com nossas forças.



E nossas ações agora ou no passado.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mundo astral.


Que sonhos procuro nas noites.



Que sonhos busco e não encontro.



Por que durmo ao fechar os olhos e nada vejo.



Quero o mundo dos sonhos penetrar.



Com a consciência alerta, sentir, ouvir, pensar.



Quero falar com quem estiver lá.



Vê as fadas que povoam o lugar.



Seus leves risos. Suas luzes. Suas brincadeiras, seus encantos.



Quero sentir o bater das asas dos elfos.



E sua desconfiança desse estranho.



Quero ao longe ver os trasgos, os ogros, os diabretes.



Quero poder voar como os anjos.



Sem asas, sem limites.



Ir ao fundo dos despenhadeiros.



Quero falar com os mortos.



E sentados em relva fresca e verde aprender sobre o que vem depois,



Quero visitar as grandes bibliotecas.



Os parques floridos de flores que nunca vi.



Quero ver neste mundo o que quase ninguém mais vê.



E se o desejo é a mola que move o universo.



Que o universo ouça o meu desejo.



E me leve a esse paraíso e inferno.



Para que eu aprenda.



Para que eu ajude.



Para ser ajudado.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Entrego a ti.



Entrego a Ti.



Há tantas dúvidas quanto o que resolver.



Tantas dificuldades em decidir.



Tantas variantes a serem pensadas.



Tantas indagações a serem respondidas.



Tantos cálculos a serem feitos.



Tanta hesitação em tomar a decisão.



Tanta vacilação com medo de errar.



Tanta desconfiança em frente ao que escolher.



Tanta indecisão qual caminho tomar.



Quanta incerteza frente aos resultados após nossas decisões.



Tantas variantes imprevisíveis.



Que ficamos a mercê de montanhas de pensamentos dúbios.



E nessa hora Pai entrego a Ti.



Pois, o que mandares será o melhor.



Talvez o que eu não espere.



Talvez o que eu não deseje.



Mas, com certeza.



O melhor.



Para o meu crescimento espiritual.



Razão da minha estada neste orbe.



Obrigada.
 

domingo, 15 de maio de 2011

Um outro dia.

Um outro dia.



Não me peças perdão.



Nada tenho que perdoar.



Se hoje me feres com teu olhar de desprezo.



Com tuas palavras ferinas.



Com tua frieza.



Com teu desamor.



Com tua má vontade.



Com tua pouca amizade.



Com tua desonestidade.



Com o mal pagando pelo bem que te fiz.



Com a maledicência.



Com a humilhação.



E de mim não te apartas.



Deve existir num tempo longínquo.



Uma explicação para tanto ódio e rancor.



Quem sabe não fui eu quem plantou essa semente.



E hoje colho meus frutos amargos.



Contudo, olho-te como meu irmão de passagem.



Como alguém a quem algo devo mesmo sem saber o que.



Então, irmão perdoa minha existência junta a tua.



E no momento que quiseres pede pela tua libertação.



E irei por outros caminhos



Não te esquecerei. Serás sempre amado.



Pois, reconheço meus erros do passado.



Vê se me esqueces agora.



Quem sabe noutro momento nos encontramos.



E criamos uma outra história.



Dessa vez bela e meritória de amor.