Chegaste ao mundo, a mesma hora, comingo unida,
Colada, atada, enlaçada, a mim amarrada.
Eu era luz, o som do riso e tu silenciosa e enegrecida.
Mesmo assim, parecias presente em toda a minha vida.
Por tantas questões todos podiam ir-se embora,
Em um tempo, em um momento, a qualquer hora.
Mas tu, não! A mim continuava fortemente ligada,
Fosse eu uma mulher de hábitos de santa ou endiabrada.
Sob a luz clara, brilhante e forte do Sol te apresentavas,
Sob a luz pálida e nebulosa da Lua quase desvanecias,
Mudavas ao sabor do momento, mas eu sabia, existias!
De todas a única presença com quem sempre esperei contar,
Bastava a cabeça inclinar, os olhos girar, te procurar,
estarias lá.
Feito irmã siamesa, pela sina unida, que não se pode
separar.
Como mente a vida! Como se embaça a visão! Como se engana a
percepção.
Somente hoje, quando penso e avalio, noto com enorme
decepção...
Que nos momentos escuros e sombrios, presente em meus
caminhos,
Ha! Minha sombra... estavas comingo não.