terça-feira, 4 de agosto de 2020

Sinos

DE ARTE EM ARTE : PINTURAS DE SINOS E SINEIROS


Tocavam os sinos da capela iguais aos das catedrais.
Pelos sons das badaladas sabia-se mais.
Podiam anunciar a alegria da chegada de um filho
Ou a união de um casal em final de feliz delírio.

Avisavam sobre as festas da cidade interiorana,
Das quermesses enfeitadas pelas moças doidivanas.
Na busca desenfreada pelas suas almas afins,
Nos sonhos ilusórios de terem alguém para si.

Tocavam as campanas, lá no alto das torres brancas
Nas manhãs de domingo santas.
Chamando para a igreja os seus fiéis costumados,
Uns vestidos a puro luxo outros sujos e maltratados.

Badalavam as grandes sinetas em tempos alegres
Mas, tinha datas que tocavam em que choravam as mulheres;
Nas missas mortuárias ou no dia dos finados.
Onde eles avisavam que tudo tinha terminado.

Eram assim, tanto anunciadores da alegria,
Como mensageiros de dores e de agonias.
Hoje, repousam nos museus, mudos e esquecidos.
Não há mais quem lhes dê ouvidos.


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