Tenho saudades dos gafanhotos.
Grandes, imensos, escuros e feios.
Amarrados com linha branca,
Para eles um cerceio.
Pegos pelo meu pai,
Postos em minhas mãos.
Um tesouro inestimável,
Animal de estimação.
Porém, a noite na calada,
Mãe, me achando amalucada,
Libertava-os da escravidão.
Eles, contentes se iam.
Ele mentia e contava, fugiram!
Fazia-me um dengo, dizia, chore não.
Se foram no escorrer do tempo,
Meu pai, os gafanhotos, a ilusão.
Não há mais crianças enganada,
Não tem ninguém a dizer-me...
Chore não.
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