domingo, 14 de maio de 2023

A Bruxa Bela dos Ovos.

 



Tem muita bruxa no mundo

Ninguém vai me desmentir.

Para todo tipo de gosto

Nem dá para discutir.

Porém, de todas que vi

Uma me vem confundir

A bruxa do ovo verde

Que amei e vou curtir.

Num sei bem o que ela faz...

Num sei bem o que ela quer...

Mas não pode ver um ovo

Pois se arrepia a mulher.

Parece que tem coleção,

De tudo que cor e jeito,

Para ela o que mais importa

É que o ovo seja perfeito.

Não pode ter um furinho,

Não pode ter um rasgão,

Nem mesmo machucadinho,

Ou mesmo pequeno arranhão.

Vendo tanto ovo assim

Me levantou a suspeita...

Que lugar dessa bruxinha

Vai se transformar em cesta? 

Mallika Fittipaldi.

Minha giganta

 


Ela era enorme uma giganta!

Que balançava o meio do corpo

Numa cadência incompreensivelmente perfeita.

Sobre a cabeça tufos negros, à guisa de cabelos, soltos e finos, lisos e brilhantes.

Os pés marcavam os chãos, o capim, o areal.

Nas mãos cabia o mundo.

Criava e aniquilava, nutria e protegia, batia ou acariciava.

A boca tinha os dentes tão belos, a língua sábia dos mestres da vida.

Quando sorria iluminava meu universo.

Quando calava taciturna enchia-me os olhos d’agua.

A seguia aonde ia, era meu prazer observá-la,

Dizer tudo o que fazia ou quase tudo para não incomodá-la.

Era meu titã, minha deusa!

Meu amparo, minha luz, meu sustentáculo!

Minha mãe.          

Ontem tudo...

Hoje só lembranças...

Só saudade...