domingo, 14 de maio de 2023

Minha giganta

 


Ela era enorme uma giganta!

Que balançava o meio do corpo

Numa cadência incompreensivelmente perfeita.

Sobre a cabeça tufos negros, à guisa de cabelos, soltos e finos, lisos e brilhantes.

Os pés marcavam os chãos, o capim, o areal.

Nas mãos cabia o mundo.

Criava e aniquilava, nutria e protegia, batia ou acariciava.

A boca tinha os dentes tão belos, a língua sábia dos mestres da vida.

Quando sorria iluminava meu universo.

Quando calava taciturna enchia-me os olhos d’agua.

A seguia aonde ia, era meu prazer observá-la,

Dizer tudo o que fazia ou quase tudo para não incomodá-la.

Era meu titã, minha deusa!

Meu amparo, minha luz, meu sustentáculo!

Minha mãe.          

Ontem tudo...

Hoje só lembranças...

Só saudade...

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