sexta-feira, 31 de julho de 2009

Que amor é esse?


Que amor é esse?

Que não cultiva a paciência,

Que não tolera,

Que não consola,

Que não abraça,

Que não compreende,

Que não aceita erros,

Que não enxerga virtudes,

Que não perdoa,

Que se melindra,

Que se afasta,

Que maldiz,

Que se magoa,

Que não recomeça sempre,

Que estabelece fronteiras,

Que distingue,

Que se chateia,

Que não é pleno,

Que não esquece erros,

Que cobra,

Que machuca,

Que humilha.

Que amor é esse?

Que construímos todos os dias.

Para percebemos em outro

Que não era amor.



quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ajude-me a espalhar amor.


Ajude-me.

Ajude-me a falar de amor.

Numa terra onde o ódio banal circula livremente.

Ajude-me a doar amor.

Para aqueles que não o conhecendo o temem.

Ajude-me a propagar o amor.

Entre os que preferem, por ignorância, continuarem surdos aos seus apelos.

Ajude-me a praticar o amor.

Mesmo sendo visto como um tolo.

Ajude-me a plantar amor.

Em terras secas, áridas pelo sofrimento.

Ajude-me a fazer viável o amor.

Num mundo em que impera o mal.

Ajude-me a amar.

Mesmo aqueles que me repudiam, me atacam e me machucam.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Sou o que não desejo.


Sou

Sou o que não quero ser.

O que não quero ser sou.

Sou o mal que a tudo permeia.

O mal que a tudo permeia sou.

Sou a boca que maldiz.

A boca que maldiz sou.

Sou os olhos da inveja.

O olho da inveja sou.

Sou os pés que espezinham o fraco.

O pé que espezinha o fraco sou.

Sou o que termina os sonhos.

O que termina os sonhos sou.

Sou todo mal que não quero fazer e faço.

O bem que desejo fazer não sou.

Por que sou o que não sou?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Onde estás?


Onde estás?

Minhas são tuas pequeninas mãos.

Que brincam com o vento como algo sólido.

Teus olhos inquirem o mundo, todas as coisas, todas as gentes.

E ao fecharem dorme um anjo.

Nos lábios só sorriso ou choro.

Um pequeno bico de birra.

Um grito de espanto e alegria.

Pernas que fraquejam.

Mas, tentam se firmar para chegar ao lugar desejado.

Estendes as mãos, mãos pequeninas que são minhas, na direção dos seus desejos.

E sem dizer uma só palavra tudo consegues.

Tu és a minha alegria, em todos os meus sonhos, te encontro.

Ao acordar te espero.

Quem te levou meu amor?

Quem me roubou a alento?

A felicidade de tuas mãos pequeninas, que eram minhas?

Onde estás?



domingo, 26 de julho de 2009

Bênçãos.

Bênçãos.

Tantas

Pouco valor dado.

Cabelos que esvoaçam durante a brisa.

Boca que sorrir de alegria.

Sons de risos e gargalhadas.

Mãos que tocam os amados.

Lábios que beijam e adoçam.

Olhos que vêem o Universo.

Braços que acalentam.

Pensamentos que alegram.

Mãos que auxiliam.

Mãos que recebem.

Mãos que detém a violência.

Palavras que constroem.

Olhar que ilumina a vida.

Amor sem condições.

Aceitação completa.

Contentamento.

Bênçãos de um templo sagrado.

O corpo.


quinta-feira, 23 de julho de 2009

Encontro.


Pela Luz.

Durante eras caminhei

Errei e acertei.

Guardei comigo o tesouro que a traça não roí

As conquistas eternas.

Que fincaram raízes profundas em meu ser.

Pela Luz paguei alto preço.

Às vezes uma vida solitária num mosteiro.

Outra entre os doentes e dores.

Caminhante e profeta.

Escorraçado na sua própria terra.

Amaldiçoado pelos que não compreendiam.

Detestado pelos poderosos.

Maltratados pelos néscios.

Amado por poucos.

Pela Luz te busquei

Vida após vida.

Entre os espinhos das estradas.

Descalço em pedras quentes.

Sujo, roto, desfigurado.

Pela Luz a fé levantou-me inúmeras vezes

Das quedas da minha alma.

E hoje te encontro.

Mas, não podes falar.

Não podes me olhar.

Nem tão pouco me tocar a fronte numa bênção.

Neste madeireiro que te prende o corpo humilhado.

Dá-me a maior das lições

O sacrifício pelos amados

Que o consideraram Mestre ou não.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Uma flor.

Uma flor.

Recebi uma flor

Pequeno botão ainda fechado

De pétalas macias

Desconhecedora do mundo.

Coloquei-a em um vaso

Com água limpa e açúcar

Adocei esse seu pedaço de vida

Aos pouco abriu

No inicio tímida e frágil

Pouco a pouco esplendorosa

Rica em falsa vida

Com sua cor forte

Seu aroma inebriante

Ficando assim por algum tempo.

Mas, veio o momento

E ela iniciou a morrer

Caindo pétalas

Murchando

Perdendo seu odor

Sua beleza

Até fenecer de todo.

Como todos.



domingo, 19 de julho de 2009

A primeira pedra.


A primeira pedra.

Qual de nós atira a primeira pedra?

Quem não tem suas máculas?

Qual de nós não esconde ao menos um esqueleto no armário?

Quem nunca errou?

Qual de nós não pecou?

Quem sempre teve passos retos?

Qual de nós não saiu sequer uma vez do caminho?

Quem não ficou na escuridão, um instante?

Qual de nós não se revoltou contra o Cosmo?

Quem não maldisse o seu destino?

Qual de nós não achou injusta a vida?

Quem não execrou a sua colheita?

Qual de nós, quem de nós pode atirar a primeira pedra?

sábado, 18 de julho de 2009

Não me abandone meu anjo


Não me abandone meu anjo

Mesmo que eu erre.

Errar é humano.

Não me deixes só nesses caminhos

Quem me indicara a estrada a seguir?

Não se vá pelos meus erros.

Foi, é e serão ainda muitos.

Peço-te paciência

Com minha boca suja

Com minhas mãos fechadas

Com meus pés que não saem do lugar

Com meus olhos não compassivos

Com minha preocupação egoística

Com minha rudeza

Com minha maldade e ignorância.

De ver no outro eu mesmo

Não respeitar nossa irmandade

E cheio de maldade

Fazer o mal em beneficio próprio.

Não se vá meu anjo

Pois, entre as trevas que me encontro

Só a tua Luz guia-me a Deus.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Posso ser feliz.


Posso ser feliz.

Sob o véu escuro da noite

Abaixo de bilhões de estrelas

Estão meus olhos a contemplar o pisca-pisca de Deus.

Em meio ao rebentar das marolas

No vai e vem murmurante das ondas

Estou a molhar meus pés que caminham pela areia.

No verde do quintal

Repleto de plantas comestíveis

Agacho-me e apanho verduras que saciam minha fome.

Abro os braços e recebo e dou

Um abraço

Em que amo e gosto.

Sorrio com a alegria que é minha

Com a alegria do outro

Posso ser feliz.

Falo de poesia, música, amor

Explodem sons de bênçãos de minha boca

Canto louvor ao meu Senhor.

Tenho milhares de graças.

Milhares de milagres todos os dias.

Posso ser feliz.

Reconhecendo o que tenho e sou.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Meu corpo, meu cavalo.


No lombo de meu cavalo

Incorporei muitas vidas

Fui rico, comerciante em Veneza

Fui bispo em Roma antiga.

Matei, estripei, degolei como Winkg na saxônia

Curei, salvei, revivi como médico na Espanha.

Lutei pelos ideais luteranos.

Findei com vidas na Noite de São Bartolomeu.

Escondi-me dos mouros.

Delatei irmãos aos nazistas.

Enforquei-me na prisão em Istambul.

Fui cego, pedinte em Brasília.

Nasci coxo, cego e estropiado.

Fui já um dementado.

Hoje comigo contrariado, triste e desesperado.

Tento com Deus acertar o passo.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Vazio

Vazio


Há um enorme vazio, infinito, ilimitado, infindo

Um sentimento de incompletude, de que algo falta, de não ser inteiro.

A pretensão de se torna pleno, preenchido, total.

O anseio de ser o que se foi num tempo longínquo

Na Era do Ouro.

Onde éramos dois, sempre dois.

Completos, inteiros, plenos.

Não existia você nem o eu.

Éramos nós.

Dividimo-nos pela ilusão.

Pelo prazer, pela carne, pelo que achamos bom.

Perdemos em Luz.

Em harmonia.

Ganhamos em agonia.

Uma sede, uma saudade, imensurável

De ser Eu completo uma unidade.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Frutos.

Frutos.

Soubera eu o futuro.

Acreditasse no que me diziam

Os velhos enrugados

Os bons amigos

A mãe amorosa

A irmã consciente da vida.

Teria sido mais cauteloso

Não inteligente e sim sábio.

Plantaria

Ao invés do ter o ser

Amor e não poder.

Hoje seriam doces os frutos

Doce colheita

E não amarga.

Pelo que fiz

E deixei de fazer.

domingo, 12 de julho de 2009

Madre minha.


Madre minha.

Que seja a solidão minha amarra

Entre os sonhos empoeirados

Malfadados desejos

Os anseios não conquistados

O coração frio e seco.

Diante da imagem falida

Que criei aos poucos no tempo

Choro minha alma perdida

Entre os desejos não feitos

Os planos inacabados

Enfim o fracasso

De ser o que não sou

Fazer o que não desejo.

Ao meio do medo e do receio

Velas

Olhos misericordiosos

Com amor por mim em teu seio.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Um sem o outro.

Um sorriso

Um olhar cúmplice

Um pisca de olhos

Uma pequena careta

Um beijo ao vento

Um abraço

Um ombro amigo

Um choro conjunto

Cabeças pendentes

Em tempos de tristeza

Juntos

Um não fico sem você

Não vou sem você

Estou com você

Um me espera?

Nenhum adeus definitivo

Só até logo, sempre

Estarei bem aqui todos os dias

Até que o sonho acaba

E um se vai... só

E o outro fica... só

Já não são dois em um

Um dá as costas e retorna ao que foi um lar

O outro adormecido

Esquece seus sonhos sob a terra.




quarta-feira, 8 de julho de 2009

Estar só

Estar só

É estar no escuro.

No abismo d’alma.

No fogo da consciência.

No umbral.

É ouvir sem entender

Enxergar sem ver

Tocar sem sentir.

Estar só.

É castigo dos deuses

Loucura de Baco.

Solidão de Atena.

Estar só.

É ter uma linha reta infinita à frente

Pela qual se caminha sem parar

Sem nada encontrar.

Estar só.

É viver a ilusão de que se está vivo.

De que existe algo para nós.

Dentro do sentimento de total abandono.

Estar só.

Não significa que não tentamos.

Que não fomos bons.

Que não temos “amigos”.

Estar só é mais profundo.

É queimadura de terceiro grau.

É corte profundo.

É saber que neste mundo.

Perdemos Deus de vista.


terça-feira, 7 de julho de 2009

Um grão de areia


Um grão de areia

Na imensidão do mar

Rolando eras

Indo e vindo

Ora seco

Ora molhado

Pisado, modelado, arrastado pelas ondas

Poucas escolhas

Talvez nenhuma

Nunca.

Um grão de areia

Vindo das estrelas

Preste, de tão pequeno, a diluir-se

Virar nada

Absolutamente nada

Ou algo maior

Retornando a fonte

Que originou milhares, milhões, bilhões, trilhões

De grãos de areia

No Universo.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Era só um homem.



Era só um homem.

Com todos os medos que os homens têm.

Escondidos nas mangas, nos bolsos da calça, no colarinho suado.

Triste por não ser o que queria.

Feliz porque se divertia.

Era só um homem.

Entre tantos homens.

Achava-se, como a maioria dos homens, o melhor de todos.

O mais macho, o mais sex, o mais simpático.

Era só um homem.

Que quis ter filhos homens

Mas, não os teve.

E desiludiu-se.

As fêmeas povoaram sua vida.

Talvez o assustando com seus modos de mulheres.

Sem ele saber o que fazer.

Era só um homem.

Para mim um homem comum.

Com defeitos e qualidades.

A quem devo meu corpo.

E apesar de não me ter aceitado tão amorosamente se, por acaso, tivesse sido homem.

Obrigada pai.

domingo, 5 de julho de 2009

Dr. Bach


Existem pessoas que vêm a Terra para cumprir uma missão abrangente e especial. Dr. Bach foi uma dessas. Seu semblante tranqüilo nos revela sua paz interior, sua capacidade de falar com sua própria alma.

Ele buscou durante sua vida uma forma simples e acessível a todos para minimizar o sofrimento causado pelas dores do corpo. E descobriu que todas elas provinham do estado de ânimo da alma.

Em seu próprio corpo, em sua própria vida, com suas próprias dores ele montou o laboratório para os remédios das flores, conhecidos como Florais de Bach.

Os Doze Curadores representam os tipos de temperamento básico. Tanto positivos como negativos. Para cada um deles Dr. Bach encontrou uma planta que representava os temperamentos nos seus dois estados.

Agradeçamos esse especial presente de cura d’alma.

Os Doze Curadores – Water Violet – Mediador



Em lagos e riachos tranquila broto

Longe do barulho, do zumbindo, do vai e vem.

Distante da terra seca e dura

Ancoro nas águas serenas das minhas emoções.

Prefiro o silêncio ao burburinho.

A solidão à multidão.

Tenho ereta postura.

Talvez sinal de orgulho.

Vivo para mim.

Basta-me meu mundo.

Silencioso, quieto e em paz.


sábado, 4 de julho de 2009

Os Doze Curadores – Scleranthus – Mediador



Sou pequena.

Indecisa.

Sempre me divido em duas flores

Duas flores para um caule

Uma para direita

Outra para a esquerda.

Vivo emaranhada em mim mesma.

Sou tão verde como a haste que me sustenta

Mas, mudo para o amarelo quando dou a luz.

Meus filhos ficam sempre perto.

Com algumas exceções.

Olhando para mim fica a incerteza

É flor ou capim?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Os Doze Curadores – Clematis – Mediador




De branco marfim colorida nasço

Ancorada em outra planta cresço

Preciso que me sustentem no mudo real.

Fico esperando o vento para soprar minhas filhas ao longe.

Olho constantemente para o céu

Sonho e sonhos.

Não me fascina a terra negra

Deixo este trabalho as minhas raízes.

Sempre mais belo o que está adiante.

Sou quando seco o meu caule a “alegria dos viajantes”

Dando-lhes viagens ao imaginário.

Onde vivo a maior parte da minha vida.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Os Doze Curadores de Bach - Agrimony - Mediador.

Sou como o sino da capela

Os sinos que tocam para afastar o mal.

O mal da aparência, da falsa alegria.

Meus filhos agarram aos que passam

Para percorre o mundo e se fixarem em outros campos e estradas.

Não gosto de estar só.

Por isso, nasço junto a tantas outras irmãs, mesmo diferentes.

Ereta e pontuda pareço um farol de flores amarelas

Indicando a postura a ser tomada.

Mas, eu mesmo, na minha solidão não o consigo.

Amo a paz.

E muitas vezes me calo para mantê-la.

Contudo quando me purifico aceito as dificuldades

Deixo minha sombra participar da minha vida.

Sou verdadeiramente alegre.

Encontro o equilíbrio entre dentro e fora.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Os Doze Curadores – Vervain – Dominadores.


Volto-me para o horizonte

Lá as coisas estão a acontecer.

Chamo todas que posso para acompanha-me

Insisto e não desisto.

Faço alarde. Sou Vervain.

Não admito que se tenha outra idéia que não a minha.

Mas, sou entusiasmada com o que realizo.

Dou meu suor e meu sangue.

Alguns acham que passei de visionária à fanática.

Que nada!

Talvez um pouco frenética.

Quando calma eu te ouço.

Aceito teu conhecimento.

Somo ao meu.

E juntas poderemos fazer grandes coisas para esse mundo.