domingo, 24 de junho de 2018

O não morto


Resultado de imagem para pintura olhos que choram
De que forma esquecer o que ainda vive?
Mesmo quando fecho os olhos sei que persistes.
Numa existência pardacenta, nevoenta,
Que a minha alma a tua acorrenta.

Como chorar o cadáver que não existe?
Que não desceu a cova.
Que não apodreceu, não fedeu, nem mesmo morreu.

Qual a solução que não seja o frio assassinato
Apagando todos os momentos passados
Des-criando qualquer chance de futuro
Imaginado atos funestos e escuros.

Desejo cortar esses vínculos que a ti me une,
Romper os cordões que nos ligam e me punem,
Por crer, somente crer em tua quimérica perfeição.

Essa dor que se aninhou no meu peito
Rasgou sem conserto todos os teus bons feitos.
Mostrando tua face infame de não anjo
Cheia de tortuosas mentiras para obter teus ganhos.

Não, não quero ser teu juiz e nem teu carrasco.
O que quero realmente é aqueles antigos braços
Onde não se encontrava nós, só doces laços.

Mallika Fittipaldi. Autoria.






sexta-feira, 22 de junho de 2018

Quando...

Resultado de imagem para vou de andorinha




Eu ou você fizermos a passagem
Não importa quem primeiro.
E essa vida se torna para nós o que é realmente... Uma miragem
Algo que passou como lição, aprendizado, dor para evolução.
Saibas com fidúcia que para ti escrevo e te deixo de recordação
A sentença verdadeira, correta, exata, valida, a certeza... Amei-te.
Como um ser imperfeito pode amar.
Como ama àquele que percorre vidas após vidas buscando dá acerto as contas.
Procurando ser para quem ama o apoio, a parada, o porto seguro, o esteio.

Pense no que vivemos juntos, busque, no entanto, nossos melhores momentos.
Não creia no inverossímil de que fomos um para o outro ser perfeito.
Cerre os ouvidos a maledicência alheia.
Duvide da má palavra, da intriga, da censura, que a boca o mal recheia.

Não, não te perdoou os erros por inteiro.
Nem quero teu perdão completo, condescendente e altaneiro.
Isso nos apartaria por inteiro.
Basta-me sentir tua falta e tu a minha.
E as mesmas lágrimas que firam meus olhos seja a dor que em te se aninha  
Na última hora dessa alma andorinha levantar voo da carne que a entretinha.

Mallika Fittipaldi. Autoria.