segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Da própria sombra






















Chegaste ao mundo, a mesma hora, comingo unida,
Colada, atada, enlaçada, a mim amarrada.
Eu era luz, o som do riso e tu silenciosa e enegrecida.
Mesmo assim, parecias presente em toda a minha vida.

Por tantas questões todos podiam ir-se embora,
Em um tempo, em um momento, a qualquer hora.
Mas tu, não! A mim continuava fortemente ligada,
Fosse eu uma mulher de hábitos de santa ou endiabrada.

Sob a luz clara, brilhante e forte do Sol te apresentavas,
Sob a luz pálida e nebulosa da Lua quase desvanecias,
Mudavas ao sabor do momento, mas eu sabia, existias!   
        
De todas a única presença com quem sempre esperei contar,
Bastava a cabeça inclinar, os olhos girar, te procurar, estarias lá.
Feito irmã siamesa, pela sina unida, que não se pode separar.

Como mente a vida! Como se embaça a visão! Como se engana a percepção.
Somente hoje, quando penso e avalio, noto com enorme decepção...
Que nos momentos escuros e sombrios, presente em meus caminhos,
Ha! Minha sombra... estavas comingo não.

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