Sou torta
semente
Ledo engano
da natureza
Não atraio
pela beleza
Não canto e
nem encanto
Sou o mais
comum dos seres
Nada tenho
que me diferencie de outro
Nem tampouco
que me identifique com quem quer que seja.
Não fui o
primeiro e nem o último
Parei no
meio do nada
E muitas
vezes nada me sinto
Tão pouco
nada faço.
Ando sem
rumo
Assim não canso
Nem penso
Não quero e
não desejo.
Aceito o que
vier a chuva, o sol, o relampejo.
Acoita-me a
noite, o descampado ou o freixo.
Os fantasmas
me tomam por companheira
Não se assustam
nem me maltratam
Respeitam a
dor que comigo habita
De ter me
tornada nada na vida
Como eles
poeira e pó.
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