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segunda-feira, 1 de junho de 2015

Serena dor.



Serena dor.
 E vai embora.
Meu corpo padece a tua presença senhora.
Não vês o meu sofrer?
Estabelece um dia para tua partida
Se não fores a tua que seja a minha.
Abandonemos essa moradia conjunta.
Peço-te encarecidamente madama.
Que não me tolha os movimentos
Que não me seques os músculos
Não apague minha voz
Não deixe meus olhos no escuro.
Se tu és um monstro que corrói
Ou apena minha sina
Não sei.
Contudo rubra dama do sangue alheio
Permite-me algum tempo sem senti-la
Ofusca-me, engana-me, ilude-me.
Suaviza alguns momentos
Para que eu possa fechar os olhos
E quem sabe...
O anjo da morte de mim se apiede
E rapte-me de ti

Dando-me descanso e paz.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Sentes?

Florence Nightingale as the Lady with the Lamp

Sentes a minha pele?

Minhas mãos nas tuas?

Meu beijo em teu rosto?

Podes ainda vê meu sorriso?

Mesmo que triste e dementado?

A lágrima, a última de olhos pela dor rasgados?

O tremor do corpo assustado?

A sensação de perda irreparável?

Ainda me sentes?

Sabes do meu amor por ti?

Que tudo faria para te ter de novo?

Qualquer pacto com deus e com o demo?

Tantas perguntas e só silêncio

Neste final instante de agonia

Em que teu corpo esfria


E tua alma escapa para a eternidade.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Continua...



Para que tanto desespero?
Continua...

Entre outras árvores e arvoredos
Em relvas mais verdes
Em meio ao burburinho de milhões
Que as cenas novas constituem então.

Continua...
Em trilhas esquecidas
Mas tantas vezes pisadas
Nas linhas mal traçadas
nas idas e vindas
De vidas mil.

Continua...
Andarilha alma continua.
Mesmo antes teu desespero
Tua dor profunda.
O que consideras morto
Em outras paisagens
A sua vida continua.

Eternamente
Continua...
Continua...
Continua...




quarta-feira, 2 de julho de 2014

Impressão



Já não me basta a leve impressão de vida
Que tudo pode dar certo um dia
Que o dia a dia continuará eternamente.
Serei sempre eu na mesma ladainha
Nessa inda e vinda permanente.
Já não me basta sentir o leve afagar da morte
Batendo a soleira da minha porta
Pedindo ou não licença para entrar.
Tudo que peço é um pouco de vida calma
Que tranquilize a minha pobre alma
Estabelecendo-a em porto seguro
Longe das muralhas de gigantescas águas.
Das profundezas escuras e abissais
Onde posso perde a sanidade na ânsia
De ser o que fui a um momento atrás.
Descuidando de mim nesse tormento
Morrendo nessa vida de ensinamentos
Através das dores que machucam
Sem poder exalar um suspiro
Um grito de desespero
Um pedido de socorro.

  

segunda-feira, 17 de março de 2014

Anjo da morte.


A morte te espreita em cada canto
É a flor que fenece
A folha caindo do galho
A raiz que seca de uma arvore.

A Senhora do Fim te espia a cada passo
O homem morto pela bala perdida
A criança atropelada
A anciã com crise de asma.

O Anjo final te espreita em todos os lugares
Esperando a hora.
Em que deixarás essa roupa velha rota.
Essas ideias ultrapassadas.
Esse olhar senil.

Então te abrira os braços
E carinhosamente te erguera desse charco
Alçando-te as venturas divinas
De um sétimo céu.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Pontos de vistas.


Pontos de vistas.

Quem anuncia a vida

Anuncia a morte.

O sino da igreja que toca pro batismo.

Toca para o velório.

Muitos pés que vieram comemorar a chegada.

Estarão presentes na partida.

Olhos que sorriram no batizado.

Choram no enterro.

O pequeno corpo saudável e vivo da primeira festa.

Inerte e frio na despedida.

O amor substituído pela saudade.

A felicidade pela dor.

Os sonhos pela realidade.

O júbilo pela intranquilidade.

Os planos pelo desconhecido.

O começo por um novo reinício.

Que não vemos.

Como um barco que do porto parte.

E dobra a linha do horizonte.

Onde desaparece para nós.

E reaparece para outros.

sábado, 22 de novembro de 2008

A Morte.

A morte.

- Quem bate?

- Sou eu.

- Eu quem?

- Teu futuro.

- Por que bates?

- Porque cheguei.

- Mas, não chegas todos os dias sem bater?

- Mas, hoje é especial.

- Por quê?

- Porque sou seu futuro final.

- Meu fim?

Meu último dia?

O túmulo de minhas felicidades e agonias?

O derradeiro por do Sol?

A última Lua no céu?

Meu definitivo hálito?

És tu morte?

- Não. Sou a porta para a verdadeira vida.



quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Estende-me.


Estende-me tua mão.
Preciso tocá-las.
Não me abandones ao léu.

Não vê a dor que rasga meu peito.
Não percebes minha amargura.
Minha loucura.

Estende-me tua mão.
Aperta a minha.
Para que sintas teu calor.

Não me leve à vida a não mais te tocar.
A não sentir tua pele.
A não te receber em meus braços.

Abre teus olhos de mar azul.
E fita-me com a doçura de irmão.
Que retorna de longa viagem.

Sorrir para mim.
E perpetua minha alegria.
Com a tua.

Estende-me tua mão.
E me envolve num abraço.
Quente e caloroso como dantes.

Enlaça-me em um amplexo.
E me faz sentir no teu abraço.
O carinho do teu amor.

Fala comigo dos teus sonhos.
Dos teus anseios juvenis.
Dos teus planos pro futuro.

Deixa-me ouvir teu gargalhar.
Teu riso solto.
Tua alegria infinda.

Que teu corpo possa novamente:
Preencher a casa.
Que agora é retrato de abandono

Retiras tuas mãos do peito, descruza-as.
E levante desse esquife que segura teu corpo frio.
Já sem alma que o habite.

É tudo que te peço.
Mas, sei que meu desejo.
É loucura.

Liberta está tua alma da prisão da carne.
Dos sofrimentos do mundo.
Das dores da vida.

Que venham então os anjos em meu socorro.
Sequem minhas lágrimas.
Pois a verdade nua e crua é que tu continuas.

E continuarás eternamente.
Pois que a vida não cessa.
E o sopro divino nos sustenta continuamente.

Mas, a saudada dilacera-me o peito.