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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Senhora.




Solidão em todas as portas e janelas
Ela se porta e aporta.
Nas meninas dos olhos enegrecidos,  úmidos
Desmedidos.
No céu da boca escancarado
Em que o pedido de socorro gora.
Na língua falante e ferina
Que a vida verga.
Em dentes cerrados, trancados, fechados
Que não concordam, não falam, não oram.
No silencio, na dor, na demora
Ela mora.
Infeliz como uma serpente que não se enrola
Sempre alerta para o bote e  a hora.
Em que enlaça mais um escravo essa vil senhora
E mesmo com milhões no seu exercito sombrio, curvado
Solitária ela chora.


quarta-feira, 2 de julho de 2014

Impressão



Já não me basta a leve impressão de vida
Que tudo pode dar certo um dia
Que o dia a dia continuará eternamente.
Serei sempre eu na mesma ladainha
Nessa inda e vinda permanente.
Já não me basta sentir o leve afagar da morte
Batendo a soleira da minha porta
Pedindo ou não licença para entrar.
Tudo que peço é um pouco de vida calma
Que tranquilize a minha pobre alma
Estabelecendo-a em porto seguro
Longe das muralhas de gigantescas águas.
Das profundezas escuras e abissais
Onde posso perde a sanidade na ânsia
De ser o que fui a um momento atrás.
Descuidando de mim nesse tormento
Morrendo nessa vida de ensinamentos
Através das dores que machucam
Sem poder exalar um suspiro
Um grito de desespero
Um pedido de socorro.

  

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Sombras.


Amanhece

As sombras da noite esvanecem.

Buscam seus cantos úmidos, pequenos, apertados.

Escondem-se.

As luzes as ofuscam

As afastam.

Elas a temem.

Têm medo de serem descobertas

Escancaradas, ridicularizadas

Por não possuírem real poder.

Correm desesperadas aos primeiros raios solares.

Como minhas sombras que fogem

Quando me visto de alguém

Maquio meu rosto

Perfumo-me

Preparo-me para sair ao mundo.

Minhas sombras se encobrem

Para que eu possa ser

Ao menos...


Ser aceitar pelos outros.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Minha escuridão.



Quando a Luz chegar eu estarei pronto a recebê-la?

Ou ainda serei tão espesso que não poderá minha alma clarear?

Saberei aguardá-la com sabedoria?

Ou me atirarei a caminhos curtos em sua busca, em agonia?

Ficarei de prontidão, em vigília?

Ou entre as belezas do caminho a esquecerei por minharias.

Serei eu a abraçá-la?

Ou outra personagem a minha alma estará vestindo?

Reconhecerei a verdadeira Luz?

Passará ela por mim despercebida em meio a tantas foscas luminárias?

Alguém me chamará a atenção para o fato?

Quem sabe eu envolvido em bobagens apartar-me-ei da Claridade?

Peço ao Cosmo estar pronto.

Mesmo que a Luz cegue meus olhos,

Queime minha alma e seus erros,

Doa como a morte alheia,

Abraçar-lhe é meu profundo desejo,

Pois, já não suporto tantos erros,

Por mim cometidos na escuridão que criei.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Escuridão II

Escuridão...

Estou só

Nessa imensidão. Só.

Sem sons.

A não ser meus pensamentos, gritos, choro.

Escuridão...

Quem te fez?

Nenhuma luz...

Somente sombras silenciosas.

Meu abismo...

Por que ainda existo?

Não deveria a morte ser o fim?

Caminho na lama fétida

Os pés em chagas sagram

Não, na verdade não caminho.

Arrasto-me entre a lama e espinhos.

Infinito tempo e agonia.

Lembro...

Sobre cavalos em batalhas.

Em cadafalso, o algoz.

O estrupador de meninas.

O mercador de escravos.

O capataz, o chicote, a pele negra sangrando.

O assassino.

O ladrão.

O adúltero.

O mentiroso.

O sem Deus.

E todos

Todos eles

Sou eu...