quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Estende-me.


Estende-me tua mão.
Preciso tocá-las.
Não me abandones ao léu.

Não vê a dor que rasga meu peito.
Não percebes minha amargura.
Minha loucura.

Estende-me tua mão.
Aperta a minha.
Para que sintas teu calor.

Não me leve à vida a não mais te tocar.
A não sentir tua pele.
A não te receber em meus braços.

Abre teus olhos de mar azul.
E fita-me com a doçura de irmão.
Que retorna de longa viagem.

Sorrir para mim.
E perpetua minha alegria.
Com a tua.

Estende-me tua mão.
E me envolve num abraço.
Quente e caloroso como dantes.

Enlaça-me em um amplexo.
E me faz sentir no teu abraço.
O carinho do teu amor.

Fala comigo dos teus sonhos.
Dos teus anseios juvenis.
Dos teus planos pro futuro.

Deixa-me ouvir teu gargalhar.
Teu riso solto.
Tua alegria infinda.

Que teu corpo possa novamente:
Preencher a casa.
Que agora é retrato de abandono

Retiras tuas mãos do peito, descruza-as.
E levante desse esquife que segura teu corpo frio.
Já sem alma que o habite.

É tudo que te peço.
Mas, sei que meu desejo.
É loucura.

Liberta está tua alma da prisão da carne.
Dos sofrimentos do mundo.
Das dores da vida.

Que venham então os anjos em meu socorro.
Sequem minhas lágrimas.
Pois a verdade nua e crua é que tu continuas.

E continuarás eternamente.
Pois que a vida não cessa.
E o sopro divino nos sustenta continuamente.

Mas, a saudada dilacera-me o peito.

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