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terça-feira, 19 de maio de 2015

Amores antigos.

Amores não morrem.
Eles podem dormitar.
Esconderem-se por medo de se mostrar.
Fugir para não serem apanhados, amarrados, pegos.
Fingir que não existem mais.
Dobrar rápido a esquina para não serem encontrados.
Ficarem nas ruelas escuras para não serem vistos.
Cavarem buracos e neles se enfiarem.
Imitarem os avestruzes.
Silenciarem por todo tempo que puderem.
Maquiarem-se para não parecer amor.
Buscar olvidarem o que são.
Fingir que não mais existem.
Para não criar problemas.
Em vão.
Latentes sempre estarão.
Esperançosos de serem encontrados.
Mimados, tocados, acariciados.
Relembrados em todos os acontecimentos.
Revividos.
Ressuscitados.
Sentidos com todos os sentidos.
Libertos de toda a poeira, de toda sujeira, de todo erro.
Para limpos, brilhantes, fulgurantes.
Adentrarem no lugar que lhes pertencem

Nosso eu.

terça-feira, 26 de março de 2013

Mistério.




Como há tanta saudade do que não se teve,
Do que não se sentiu,
Do que não se viveu,
Do que não se viu morrer.

Quanta dor pelo que não se amou,
Pelo que não se tratou,
Pelo que não nos desgastou.

Que lembrança pode existir?
De figuras que nunca pairaram ao olhar?
De odores nunca sentidos?
De sons nunca ouvidos?

Como explicar tamanho mistério
De uma saudade que por si só e incompreensível,
É um arcano.

Não sei. Mas, sinto.
Enterrada no peito a saudade de tudo que nunca me existiu.
Entranhada na pele o sabor do que nunca provei.
Uma vida que me parece ter vivido.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Vou.




Vou...
Em alto voejo,
Plainando feito gaivota,
Estático qual beija-flor,
Vou...
Esvoaçando,
Nas cordilheiras como condor,
Nas florestas nem gavião,
À noite na forma de coruja.
Vou...
Cortando,
Espaço,
Tempo,
Destino.
Vou...
Homem velho,
Perdido,
Embrutecido.
Vou...
Em busca,
Que não seja vã;
O que fui quando menino.