segunda-feira, 20 de abril de 2015

Senhora.




Solidão em todas as portas e janelas
Ela se porta e aporta.
Nas meninas dos olhos enegrecidos,  úmidos
Desmedidos.
No céu da boca escancarado
Em que o pedido de socorro gora.
Na língua falante e ferina
Que a vida verga.
Em dentes cerrados, trancados, fechados
Que não concordam, não falam, não oram.
No silencio, na dor, na demora
Ela mora.
Infeliz como uma serpente que não se enrola
Sempre alerta para o bote e  a hora.
Em que enlaça mais um escravo essa vil senhora
E mesmo com milhões no seu exercito sombrio, curvado
Solitária ela chora.


sexta-feira, 17 de abril de 2015

Gratidão!


Quando estou presente
Minha atenção recai no agora.
Vivo!

Sinto que todas as bênçãos me pertencem
Sei que Deus não está ausente.
Regozijo-me!

Ouço vozes celestiais em coro angelical
Louvar a vida num tom uníssono virginal.
Extasio-me!

Sinto a presença do meu guia
Do meu amigo sutil a me orientar.
Felicito-me!

Não me atormenta a saudade
Dos que já são idos.
Aceito!

A velhice, as rugas, as dores.
Trato-os como companheiros queridos
Compreendo!

O mal gerado pelo caminhar nem sempre sereno.
Meu próprio veneno e professor.
Agradeço!

Pelos presentes dados e herdados
Pelo agora que vivo e pelo eterno ser

Gratidão ao Cosmo Pai e Mãe.

domingo, 12 de abril de 2015

Seja feliz.



Seja feliz.

Há momentos tão especiais
Despercebidos por nós os normais.
O Sol espreguiçando no mar
O cheiro de sal no ar.
Nuvens Empurradas pelos ventos brincando de pega
Que isso a elas não nega.
A grama verde sob os pés
O contato com a terra
Quem sabe um gnomo a te não se apega
Enquanto cuida do teu canteiro em flor?
Aproveita o latido do teu cão a tua chegada
O bom dia sorridente de qualquer irmão
O gosto amargo do café
A doçura do mel, da trufa, da uva.
Abençoa a vida, mesmo a mais simples.
O corpo que te serve de veiculo
Os presentes do universo
Mesmo a dor
Aceita como parte do teu livro.
A vida tem bons momentos
Aproveite-a com teus melhores sentimentos
Busca ao máximo ser feliz.
Ponha um sorriso no rosto
Luz no olhar
Abençoa a tudo e todos
Com certeza melhor te sentirás.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Tenho certeza.



Tenho certeza que em meio aos desafios
Haverá alguém a me amparar
Amigo ou desconhecido
Talvez alguém que depois nunca mais me verá.
Quando frente ao perigo um Dom Quixote e um Sancho Pança
Na forma de um herói sem máscara ou dons especiais.
Que porá sua vida em risco sem medir, sem pensar.
Só pra me ajudar.
Na escuridão da ignorância que me leva ao erro
Um mestre de letras, um guru, um guia.
Pronto para me direcionar a luz, ao bem estar.
Sem nada especial a me cobrar.
Enfim, na dor física, emocional, mental ou do espirito.
Posso desnecessariamente me preocupar
Mas no fundo do meu coração
Nas furnas da minha mente
A certeza inconteste e coerente
Que sempre, sempre existirá,
Um milhão de mãos para me auxiliar.


segunda-feira, 6 de abril de 2015

Meu caminho.

Não seja a solidão meu caminho.
Não trace a minha rota a derrota de ser sozinho.
Que eu plante a sementes de amizade,
A doçura e a bondade,
O auxilio ao deserdado,
Ajuda ao abandonado.
Consiga seguir silencioso junto ao idoso
Ouvindo suas historias mil vezes mil
Como contos novos e não senil.
Possa correr com as crianças.
Encanta-las com estórias de fadas.
Faze-las riem.
Aos jovens seja exemplo minha conduta
Fazendo o que falo e sentido o que penso.
Seja esse o meu caminho
Mesmo que desde agora
Quem sabe neste tempo que me resta
Possa sentir minha alma em festa
Com os amigos que conquistei
Pelo amor que doei.

domingo, 5 de abril de 2015

Mulher do tempo.



Mulher do tempo.
Estou assim tempestades
Quando não aceito verdades.
Estou assim furacão
Quando não me dão atenção.
Estou assim Chuva aos borbotões.
Quando cheia de más paixões.
Estou assim garoa fina.
Quando a tristeza parece sina.
Estou assim nuvens fechadas.
Quando a mente fica nublada e perturbada.
Estou assim dia ensolarado e quente.
Quando decido, apesar de tudo seguir em frente.


sexta-feira, 3 de abril de 2015

Eu não estava lá.



Ninguém pôde ir contigo
Sentir tuas dores.
Muitos dos seus amigos fugiram cheios de pavores.
Aos teus pés somente alguns.
Mas, não eu...
O teu sangue banhou o solo.
Tua pele abriu, rasgou, rompeu.
Contudo, em sua santa face coroada com espinhos estampava-se ainda amor.
Sinto muito Jesus
Por não ter te seguido ao calvário
Por não ter te amparado
Por não ter sido tua companhia no momento de tormento.
Hoje ainda lembro e me arrependo.
Sei, com certeza, no entanto.
Que me olhas benignamente
Por todos os cantos onde vagueio.
E quando a dor me visita Mestre abandonado
Desce mesmo sem meu pedido, dessa cruz infame.
Restaurado no teu esplendor de Cristo rei
Para consolar-me frente aos desencantos
Enxugar-me o pranto
Que na tua hora de fel não enxuguei.

Em perigo.



Mesmo em meio às tempestades infernais
Onde a luz não dá mais sinais
Somente escuridão, o breu.
Gemendo de medo o teu eu.
Teu corpo, teu barco a deriva.
Os pensamentos correndo toda a tua vida.
Tremendo, temendo o fenecimento.
Chorando, implorando de joelhos cheio de medo.
Levanta os olhos, balbucia uma prece.
Teu pedido a divindade enternece
Socorrera-te então mil anjos
Nas formas mais variadas
De mãe preocupada
Mestres indulgentes
Juízes complacentes
Amigos presentes
Ou outro qualquer ser vivente.
Estendendo-te mão amiga
Falando o que precisas
Estancando tua necessidade
Pondo Luz em tua vida. 

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Existência passageira





No momento não dá para correr
Estremecer e fugir.
Nem mesmo desistir
Ou fingir não ser.
Fazer de conta que não é contigo
Buscar salvação em bentos artigos
Procurar apoio nos amigos.
Sumir do mapa simplesmente
Usar o poder da mente
Mentir e acreditar.
É o tempo da verdade e do teste
De enfrentar qualquer peste
Dor. Duvida. Demo.
Quando a hora da pena cobrada
De a lição ser tomada
Não insista
Não finjas que não existes.
Recolhe-te ao teu espirito
Ao teu anjo de guarda bendito.
E enquanto teu mundo rui
Como louco ri.
Da existência passageira 
de ti.







segunda-feira, 30 de março de 2015

Escondendo asas.




Escondemos nossas asas.
Receio de queimá-las no fogo purificador,
Para que não nos ocupem os outros,
Não sermos importunados com problemas alheios,
Poupar-nos trabalhos.
Voar cansa
Principalmente quando carregamos alguém
Que não pode mais voar sozinho.
Ocultamos nossas asas.
Assim não parecemos bonzinhos,
Alvos fáceis para exploradores,
Motivo de joça para os que levam vantagem em tudo,
Não sejamos apontados como os que são enganados facilmente.
Guardamos invisíveis nossas asas.
Junto com nossos medos, atadas as nossas comodidades,
Presas a nossa indolência, massacradas pelo “não me importo”.
Caminhamos colados ao chão arrastando pernas e pés,
Presos aos desejos de todos os homens,
Sem perceber  as infinitas, belas, maravilhosas, indescritíveis 
Possibilidades de ao soltar nossas asas sermos anjos.