segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Alma abortada.

Alma abortada.


Ela não me quis.

Retirou-me da sua vida.

Lançou-me fora como um saco de lixo.

Rasgou-me a carne.

Feriu-me os órgãos.

Queimou minha pele.

Não peça por ela.

Ficarei aqui a lhe ver sofrer.

Já não lhe serei o filho.

Mas, o algoz.

Aquele que a enlouquecerá.

Que cobrará todos os dias pela morte.

Pelo sofrimento que me fez passar.

Pelos sonhos que não realizarei.

Pois, ela me matou.

Ainda no ventre.

Sem saber quem eu era.

A felicidade que lhe traria.

Com meus risos e brincadeiras.

Seria um bom filho.

Já a havia perdoado pelas outras vezes.

Mas, basta.

Essa foi à última morte que ela me determinou.

É a minha vez.

Some com tua luz.

Nem eu, nem ela somos merecedores de piedade e compaixão.

Deixe-nos entregue aos nossos ódios.

Consumido-nos mutuamente.

(visite:
Poemas e Encantos II )


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