Que rumo tomou meu barco
Que o leme já não coordena,
Que já não aponta
Para a estrela do norte.
Que as ondas balançam
Ao seu prazer.
E as gaivotas já não pousam em suas velas.
Que lugar é este?
Onde se ouve o cantar das baleias
Seus espirros d’água surgem do nada
Mas, não as vejo.
Nesse mar azul escuro
Como a noite que o cobre
Sós lamentos ao longe
Serão nereidas?
E os filhos da terra
Ressurgem das águas
E me fitam
Como quem espera
Como adentrei com meu barco
Num mar tão tenebroso?
Que me amedronta
E me faz um tolo.
Se há tanto já estou morto.
Os meus deixei em terra
Deles nada ouço.
Uma oração sequer pro meu consolo.
Um pensamento amoroso.
Só esquecimento doloroso.
(visite: Poemas e Encantos II )
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