quarta-feira, 2 de abril de 2008
Suicídio no mar.
Nas águas em que afundo...Esqueço.
As dores que me levaram a ela.
O corpo sem peso...
Como bailando no universo escuro,
Vazio, silencioso, suspenso.
Desço lentamente.
Vejo a luz se ausentar.
Será de mim?
Será em mim?
Que escuridão esverdeada me contorna?
Perco-me...
Já não tenho certeza quem sou.
O que sou.
O que me levou até as profundezas.
Não faz mais sentido.
Não há dor que devesse lá ter me levado.
Não valia a pena.
Durmo, acordo, durmo de novo.
Difícil pensar.
Difícil respirar.
A água e eu somamos um só ser.
O corpo se aprofunda no oceano.
Despede-se.
Mas, eu fico.
Presa no tempo.
Presa a água.
No silêncio do mundo marítimo.
Sem dor e sem alegria.
Solidão imensurável que não trás agonia.
Como se uma longa espera me vigia.
(visite: Poemas e Encantos II )
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