terça-feira, 15 de abril de 2008

Covas de rosas.


Plante rosas em minha cova.
Não me emparedem.

É meu último desejo.
Que sejam as rosas que me façam companhia.

Sobre o túmulo de areia negra e fria.
Que abriga o que de mim restou cá.

Quero ao me visitar ver as rosas.
Florindo o que fui.

Embelezando a saudade, se aqui deixei alguma.
Perfumando o ar.

Enquanto se dissolver a carne.
Alimento para as rosas.

Uma troca justa.
Pela beleza que nelas há.

E eu ficarei a contemplar
As rosas e o corpo que um dia foi meu lar.

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