
Delgadas mãos brancas como a neve.
Dedos longilíneos e finos arrematados por alvas unhas.
Longos cabelos negros e lisos a emoldurar a face.
De jovem de olhos grandes e expressivos.
Um nariz levemente arrebitado sobre lábios rosados e carnudos.
Seios de medidas exatas e um colo acolhedor.
Ancas de senhoras em pernas de jovem donzela.
Era a beleza em pessoa.
Seu sorriso era enigmático e encantador.
Sua voz soava aos ouvidos como canto de pássaros.
Nada no seu corpo estava fora da estética da época.
Na infância todas as pessoas a admiravam. Na adolescência, enquanto as amiguinhas se debatiam entre espinhas e cravos, sua pele continuava imaculada. Divina beleza em criatura terrestre. Como mulher era incomparável em formosura.
Cresceu sabedora dos seus encantos e nele depositou todas as suas forças. Dedicou-se ao culto da beleza com ardor e sem limites. Nada lhe era mais importante. Sua vaidade aumentava a cada dia e o espelho era seu companheiro inseparável.
O tempo passou e a jovem donzela tornou-se mulher, mulher madura, senhora e anciã. Veio então o desespero, pois seus cremes, suas maquiagens, seus exercícios, seus tratamentos estéticos já não adiantavam mais.
A velhice vencera e se estampara no seu corpo e rosto.
Posto que o tempo não para e a matéria se desgasta, a antiga donzela perde a razão. E entre grunhidos e gemidos repete incessantemente: onde estão as minhas carnes...Onde estão as minhas carnes...
Anos se passam em sofrimento tais até que chega ao fim vida medonha. Mas, que nada, não consegue ainda a paz. Presa ao corpo que tanto amou de forma desvairada, a antiga donzela encontra-se imantada, ao túmulo, junto ao corpo e ainda repete, frente ao cadáver pútrido: onde estão as minhas carnes...
Ao seu lado paira em profunda tristeza a mãe, amiga e companheira. Que tantas vezes incentivou tal comportamento. E em soluços e lágrimas pede aos céus com insistência o auxilio a providencia do socorro àquela alma.
Espera... E sabe que esperará até o dia em que a filha amada, cansada do apego sem sentido, desista do corpo e da vaidade. E lembre-se que é um espírito e entregue a Deus seus tormentos. Sendo então socorrida por boas almas. E liberte-se dos grilhões da vaidade.
Dedos longilíneos e finos arrematados por alvas unhas.
Longos cabelos negros e lisos a emoldurar a face.
De jovem de olhos grandes e expressivos.
Um nariz levemente arrebitado sobre lábios rosados e carnudos.
Seios de medidas exatas e um colo acolhedor.
Ancas de senhoras em pernas de jovem donzela.
Era a beleza em pessoa.
Seu sorriso era enigmático e encantador.
Sua voz soava aos ouvidos como canto de pássaros.
Nada no seu corpo estava fora da estética da época.
Na infância todas as pessoas a admiravam. Na adolescência, enquanto as amiguinhas se debatiam entre espinhas e cravos, sua pele continuava imaculada. Divina beleza em criatura terrestre. Como mulher era incomparável em formosura.
Cresceu sabedora dos seus encantos e nele depositou todas as suas forças. Dedicou-se ao culto da beleza com ardor e sem limites. Nada lhe era mais importante. Sua vaidade aumentava a cada dia e o espelho era seu companheiro inseparável.
O tempo passou e a jovem donzela tornou-se mulher, mulher madura, senhora e anciã. Veio então o desespero, pois seus cremes, suas maquiagens, seus exercícios, seus tratamentos estéticos já não adiantavam mais.
A velhice vencera e se estampara no seu corpo e rosto.
Posto que o tempo não para e a matéria se desgasta, a antiga donzela perde a razão. E entre grunhidos e gemidos repete incessantemente: onde estão as minhas carnes...Onde estão as minhas carnes...
Anos se passam em sofrimento tais até que chega ao fim vida medonha. Mas, que nada, não consegue ainda a paz. Presa ao corpo que tanto amou de forma desvairada, a antiga donzela encontra-se imantada, ao túmulo, junto ao corpo e ainda repete, frente ao cadáver pútrido: onde estão as minhas carnes...
Ao seu lado paira em profunda tristeza a mãe, amiga e companheira. Que tantas vezes incentivou tal comportamento. E em soluços e lágrimas pede aos céus com insistência o auxilio a providencia do socorro àquela alma.
Espera... E sabe que esperará até o dia em que a filha amada, cansada do apego sem sentido, desista do corpo e da vaidade. E lembre-se que é um espírito e entregue a Deus seus tormentos. Sendo então socorrida por boas almas. E liberte-se dos grilhões da vaidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário