sexta-feira, 27 de março de 2015

Busco


 
Uma rota mesmo torta
Um caminho, um atalho.
Ladeira subindo
Barranco descendo.
Altas torres
Que nos céus se perdem.
Pontes movediças
De madeiras quebradiças.
Buracos, lamas, atoleiros.
Aumentam meus devaneios.
Escuro canto em minha mente
Guarda a minha felicidade
Esconde minha fealdade.
E no labirinto infindável da vida
Mesmo com a alma dorida
Escorrego um pé a frente do outro
Num bale de louco
Eu caminhante inveterado
Mesmo que alquebrado busco
Mas, não me iludo.
Sei que não é vil metal o que procuro.
Nem poder, beleza, juventude.
Procuro a paz do mestre e sua mansuetude.
Meu repouso em sua paz.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Prece.


Eis que toda a prece é ouvida
Pela miríade de seres que habitam o universo
Nenhuma lagrima, nenhuma dor sentida.
Passa despercebida sem eco ou resposta.
Possa ser que não tenha a missiva escrita em fel
A réplica banhada em mel.
Mas, virá com certeza nessa noite escura.
Um lume para findar as agruras
Para apontar uma saída.
Que não seja talvez a que sonhamos
Porém a necessária para que cresçamos
Quebremos o grilhão do sofrimento.
Rasquemos a nossa escuridão.
E tornemo-nos o sal da terra
A luz na janela
Até para quem nos observa.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Tentando.


Não queremos mais causar dor
A nenhum ser vivente
Que o Divino criou.
Peço que nos fortaleça a vontade
Do desejo de abandonar a carne.
Ensanguentada sobre a mesa
Ornamentada, arrumada, disfarçada.
Para não nos lembrar de nada
Que corria pelos campos
Que viva com os seus
Que tinha filhos e netos
Que confiava no seu humano.
Dai-nos força nessa determinação

De não devoramos mais nossos irmãos.

terça-feira, 24 de março de 2015

Hora certa.


Seja o que for
Se a hora é será
Nada que façais adiantará.
Quando as data são pré-estabelecidas
Acontecerá.
Nada muda o destino
No que mais importante há.
Existe situações que é possível modificar
Outras somente aceitar.
Falta contundo ao homem
Saber
Quando lutar
Quando resignar.
Para o equilíbrio granjear. 

segunda-feira, 23 de março de 2015

Atendei a minha prece.


Socorra os que têm dificuldades
Para compreenderem  humanamente a eternidade.
Auxilie os que te buscam
Com suas carnes em feridas nuas.
Presta auxilio aos que oram
Ouve o que eles imploram.
Destrói o medo
Que nos corrói a fé.
Eleva-nos aos céus
Por teu amor não nos deixe ao léu.
Tende Pai piedade de todos os seres
E nos acolhe em teu seio.
Para que possamos descansar
Em tua paz repousar.



domingo, 22 de março de 2015

Mudanças.


Mudanças.
Muda o dia claro e azulado
De um céu sem nuvens espessado
Pelo barulho estrondoso do trovão
Seguido do raio luz esbranquiçado.
Recolhe-se a luz solar
Que tudo clareia
Pela noite dos amantes
Lua cheia.
Do oceano profundo parece mais água brotar
Quando a maré enche o próprio mar.
Então logo após ele parece mirrar
Não parecer ser o mesmo que estava a esborrar.
Na face lisa e rósea da criança
No sorriso fresco e jovial dos moços
Escondem-se a velhice e a mudança
Para um rosto enrugado de idoso.
Os planos tão bem elaborados
Os sonhos acalentados
As aspirações, o almejado.
Num só golpe da sorte pode tudo ser destroçado.
Ouve então esse conselho
A nada se apegue então
O que foi ontem, que foi hoje, que é agora.
Daqui a instantes pode ser ou não.



sábado, 21 de março de 2015

Batalha.


Diante de ti inesperada batalha
Problema para pensar e agir.
Tomar as decisões corretas
E não fugir.
Esconder-se não tem valia
Quando algum monstro que temias
Abraça-te e ficas em agonia.
Apressa os passos
Adianta o jogo
Acelera
Age.
Não desista diante da dificuldade
Persiste, pois é tua alma que guerreia.
Se o corpo é frágil e quebradiço
Teu espirito é forte e o sustenta.
Existe sempre um caminho
Para sair da escuridão
Ergue tua cabeça e insiste.
Não há mal que resista a fé e a temperança.
Alça tua alma a outras alturas.

E crê que para tudo tem cura.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Ilusão



Que me vale a vida?
Pois quando começa inicia a morte.
Tantos esforços e lutas
Lagrimas e torturas.
Qual sentido dessa senhora
Que nos envolve em manto de ilusão
E embriaga nossa alma.
Tolhe as nossas escolhas
Embaça nossa visão
Embaralha nossas decisões
Confunde-nos a razão.
Liberta-te alma minha
Desse lodo
Banhado a ouro e prata
Dessa magnifica... Pedra falsa
E alça voos em busca do Divino.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Será sereia?


No mar profundo
Escuro serpenteia
A sereia.

Entre outros seres
Como ela estranhos
Gela com seu canto.

Jamais pensei em vê
Tal ser bizarro
Diferente dos sonhos gregos
De antanho.

Nada belo ou encantado
Somente para nossos padrões
Um ser deformado
Um animal que sendo descoberto será caçado.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O anel do Ninbelungo.




Alberich rei dos anões tu roubastes o ouro do Reno

Enganastes as ninfas.

Enriquecestes de modo medonho.

Te tornar-se um tirano monstruoso.

Corrompido pelo precioso.

Arrogância, ostentação e orgulho.

Encheram teu coração.

O brilho do ouro escureceu tua razão.

Mas, os deuses te observaram.

E pela ambição que os moveram

O mestre dos enganos Loki

O deus de um só olho Wotan

Teus tesouros roubaram.

E tu pequena criatura

Que profetizasse maldição


Amarga-te em eterna solidão.

Pois, nunca mais achastes o anel.


Ladrão.