Estranho.
Ser estranho esse no espelho
Que me olha com tamanho esmero
Lembra-me alguém... Não sei quem.
Bem estranho
Nos seus olhos não tem brilho
São secos, tórridos, esquisitos
Olhar de lunática entorpecida.
Quem é afinal?
Que parece tão antiga
Como as faces da Lua
Com suas crateras e rugas.
Que ser estranho. Bem estranho.
Quando me apresento frente ao espelho
Ela chega sorrateira.
Às vezes sorrindo, às vezes sisuda.
Nada fala, não me ouve, deve ser surda muda.
Não tenho tempo para alheios
Os afazeres me clamam
E eu sigo
E segue-me sempre esse estranha.
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