sábado, 27 de março de 2010

Estranho.

Estranho.

Ser estranho esse no espelho

Que me olha com tamanho esmero

Lembra-me alguém... Não sei quem.

Bem estranho

Nos seus olhos não tem brilho

São secos, tórridos, esquisitos

Olhar de lunática entorpecida.

Quem é afinal?

Que parece tão antiga

Como as faces da Lua

Com suas crateras e rugas.

Que ser estranho. Bem estranho.

Quando me apresento frente ao espelho

Ela chega sorrateira.

Às vezes sorrindo, às vezes sisuda.

Nada fala, não me ouve, deve ser surda muda.

Não tenho tempo para alheios

Os afazeres me clamam

E eu sigo

E segue-me sempre esse estranha.



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