domingo, 2 de março de 2008


Tecendo.

Teci o meu destino feito à aranha a teia.

Criei com os fios, caminhos, estradas, atalhos.

Fiz os fios mais forte que pude.

Amarrei-os uns aos outros.

Para que não rompessem com o vento.

Para que não partissem ao menor contratempo.

Para que não abrisse com facilidade.

Como a aranha ali estava meu sustento.

Minha descendência sairia dali.

Meu orgulho, minha teia.

Mas, veio o tempo,

O vento,

A chuva,

O temporal,

E a teia rota e frágil dilacerou-se.

E todos os nós que tinha dado abriram-se

E feito um colar de pérolas partido foram ao chão.

Meu trabalho,

Minha casa,

Meus filhos,

Companheiros,

Sonhos,

Riquezas,

Nome.

Tudo chegou ao fim.

Aranha no chão.

Voltando a terra.

E a essência voltando a Natureza.

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