Lucian Freud, Rapariga nua a dormir, 1968; Óleo sobre tela; |
Pode haver paixão? Sofreguidão? Excitação?
Quando os cabelos de negra graúna
Transformaram em brancos flocos de neves?
Os belos olhos brilhantes, úmidos, vivos
Tornaram-se opacos pela catarata?
A pele de pêssego do rosto
Enrugou qual maracujá maduro?
O pescoço ereto, altivo, esquio
Trás as listras dos sim e não dados na vida?
Os seios que apontavam
Hoje descansam sobre o abdômen?
O ventre liso de bailarina
Foi Arredonda, esticado, ressecado pelas gestações?
Os membros firmes, as pernas roliças
Trazem as juntas deformadas pelo reumatismo?
Não te engana coração
Teu espírito é jovem
Teu desejo existente
Mas, teu corpo te impede
Dentro da visão desse mundo inconsciente
De apaixonar-se novamente.
2 comentários:
Malika,
vim agradecer a visita e deparo-me com um blog fora de série.
este poema arrepiou-me tal a sensação da verdade.
bj
Obrigada querida.
Também amei seu blog.
bjus.
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