segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sabe quando?



Sabe quando te olham de lado e você sente que não é bem vindo.

Sabe quando a conversa pára a sua entrada no recinto.

Sabe quando você se sente sozinho.

Sabe quando você não é convidado ao almoço festivo.

Ao aniversário do neto do gerente.

Ao cinema com seus amigos ou clientes.

Sabe como é se sentir rejeitado.

E por ninguém parecer amado.

E se sentir desesperado.

E ter vontade de sumir, se enfiar num buraco.

Sabe quando o sorriso já não faz parte do seu rosto.

E seu olhar é de zanga e desgosto.

Sabe quando já não é importante a roupa que veste.

Ou se o cabelo cresceu demais.

E os dentes amarelaram por descuido.

Sabe quando você já nem parece gente.

E se esgueira feita sombra nos lugares.

E parece invisível a todos.

Sabe quando isso começa a acontecer.

Quando você se fecha para a vida.

Endurece o coração.

Nunca tem uma palavra amiga.

Nunca estende a mão.

Não fala de coisas sã.

E vive a amargura em seu coração.

Não tem esperança nem para você nem para o irmão.

Esqueceu a alegria da vida.

Das coisas pequeninas.

De parar e ver a Lua.

E sorrir para um estranho.

E melhor sorrir para si mesmo.

Perdoando os seus próprios erros.

E se amando com desvelo.

Para poder amar o outro com amor verdadeiro.

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