domingo, 14 de novembro de 2010

Como?

Como ser o que sou?

Não sei.

Hoje sorrio por nada.

Amanhã a tristeza invade minha alma e a preenche de cinza morta.

E todos os projetos parecem ruir como um antigo casarão que não teve quem cuidasse.

As esperanças desmoronam feito paredes depois de incêndios.

Os sonhos são esquecidos por uma profunda amnésia.

E os olhos perdem o brilho que um dia tiveram.

Quantos haverá como eu?

Quantos estarão presos em seus próprios pesadelos.

Em suas lutas diárias contra a melancolia.

Sem saberem o que fazer.

Para recuperar a felicidade.



Mas, não são só dias de neblinas.

Há também os dias de Sol.

Em que o céu tem o azul que nunca teve.

E a brisa é silfo brincalhão nos cachos dos meus cabelos.

E as flores parecem me oferecer perfumes nunca dantes oferecidos.

E as pessoas parecem todas boas.

E posso abraçá-las com tanto amor que as espanto.

E sou feliz. Feliz como já fui quando criança.



Como ser o que sou?

Não sei.

Talvez sendo humana.

Tendo altos e baixos.

Luz e sombras.

Dias em que estou longe...

Dias em que estou perto de Deus e sua bem aventuraça.

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