quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Só agora.


Só agora.

Por onde andei?

Que estradas cruzei?

Encruzilhadas escolhi?

Trilhas passei?

Que caminhos segui?

Com tanta pressa que nem lembro.

Das paisagens.

Se existiam flores ou canteiros.

Rosas ou jasmim.

O céu era azul ou rubro entardecer.

Olhava sempre à frente.

Passavam os vilarejos e suas casas.

Moças bonitas.

Crianças sorridentes.

Pássaros cortavam o ar.

Ninhos escondiam seus filhotes.

Pequenos castelos humanos em mania de grandeza.

Eu seguia em frente, sempre em frente.

Nada era mais importante que meu futuro.

O louvor a mim mesmo.

A fama.

A fortuna.

Foi-se o passado.

Não vivi o presente.

E hoje descubro que não há futuro.

Só o agora.

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