Aranha.
Como uma aranha vagabunda.
De fundo de quintal.
Que nada importa se não a próxima refeição.
Que tece a teia com más intenções.
E se pendura e espera a vitima desejada.
Estendi minha teia pela minha estrada.
Como armadilhas prontas para me alimentar.
Daquilo que nem precisava.
Mas, meu orgulho e vaidade almejavam.
Enroscados em minha teia minhas vitimas.
Que se debatiam e se emaranhavam.
Até que cansadas cediam.
A tudo que eu desejava.
Fui uma aranha negra, peçonheta.
Que feria a todos que de mim se aproximavam.
Para me refestelar na riqueza e na luxuria.
Na vida cheia de fatura.
Sem nada dá, sem pedir, só furtar.
Meu veneno era sutil.
Minha língua taça de fel.
Minhas garras poderosas.
E fui grande entre os homens.
Poderosa e ameaçadora.
Mesmo quando as carnes já enrugadas.
Faziam-me esconder o rosto.
E a poucos receber.
Ainda tramava a minha teia.
Com medo de algo perder.
Perdi o corpo.
A vida física de uma velha megera.
Mas, tudo o que consegui não deixarei para ninguém.
Ficarei aqui nessa casa, com minha prataria, minhas jóias e milhões de quinquilharias.
Toda eternidade.
Nessa ilusão.
Nessa solidão.
(visite: Poemas e Encantos II )
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