Vou...
Em alto voejo,
Plainando feito gaivota,
Estático qual beija-flor,
Vou...
Esvoaçando,
Nas cordilheiras como condor,
Nas florestas nem gavião,
À noite na forma de coruja.
Vou...
Cortando,
Espaço,
Tempo,
Destino.
Vou...
Homem velho,
Perdido,
Embrutecido.
Vou...
Em busca,
Que não seja vã;
O que fui quando menino.
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Vou.
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Assim seja!

Que seja a peste, a danação, o terror.
Que seja somente dor.
Que venha a fome, a morte, a miséria.
Que seja tudo o que não presta.
Mas, seja.
Antes a vida em ruína e desgraça
Que essa mesmice sem graça,
Esse passar em branco.
Que venha tudo
Visto como o que não presta.
Acordando-me desse torpor.
Como posso viver sequer um momento
Não tendo em Ti meu pensamento
Sem Teu alento,
Sem Tu,
Senhor?
Tu que és a vida pulsando em cada tom
Em cada ser pensante e indagador,
Dos quatro elementos o senhor,
A matéria, a energia fluídica, espírito vivificador.
Em tudo e todos os seres a Centelha de Vida, que avigora.
Simplesmente puro amor.
domingo, 13 de janeiro de 2013
Apego.

Minha mãe
Move-te o amor
Modela-te a face o tempo
Incomoda-me tua dor
Machuca-me tuas feridas
Maldigo o ponteiros do relógio que correm
Melancólico contar das horas
Mendigo aos céus mais tempo
Mereço? Não sei...
Mas, gostaria de te ter aqui enquanto possas.
Melhor dizer, um pouco mais.
Meu Deus sempre mais.
Mas, que não estejas a sofrer.
Momentos de sofrimento não te desejo
Mediante tal te libertaria do meu apego
E te deixaria voar.
sábado, 12 de janeiro de 2013
Amada.
Amada.
Mulher amada
Mulher amada
Pudesse eu...
Procuraria...
Em todo lugar um a estrada,
Na escuridão a luz buscada,
No frio a manta que agasalha,
Na fome o alimento que sacia,
No céu a Lua que te encanta.
Seria tua serva bem contente,
Tua guardiã contra qualquer má gente,
A que abre janelas, portas e porteiras,
Para que nenhuma passagem a ti se fechasse,
E caminharias sem atribulações,
Pois a tua frente estaria em busca de pedras de tropeços,
Retirando dos teus próximos passos qualquer objeto de
obstáculo.
E quando chegasse a noite invernal,
Que esfriaria teu corpo carnal,
Estaria contigo em meus braços,
Este que me agasalhou a infância,
Sustentou-me na juventude,
Guiou-me na maturidade,
Seriam então teus travesseiros de penas,
Onde descansarias alva cabeça cansada,
E suspirando a última exalação
Ouviria então:
Amo-te mãe do meu coração.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Almas umbralinas.

Almas umbralinas.
Em desespero choram, clamam, agitam-se
As almas umbralinas.
Não há luz para seus olhos,
Não há luz.
Tateiam em breu indescritível,
Em meio a lodo, lamaçal, atoleiro,
Suas vestes, que não são panos, rotas,
Seus rostos já não humanos
Assustam.
Vagueiam perdidas em seus pensamentos,
Outros em sentimentos de tormentos
É o umbral.
O poço.
Onde ainda intentam esconder seus desacertos
E a pleno pulmões berram:
Por que eu Senhor?
Que fiz para merecer esse martírio?
E olvidando, negando, recusando reconhecer seus erros
Seguem em caça de alivio para seus sofrimentos.
Numa busca vã e tormentosa
Sem Deus no coração ou no pensamento.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
A caça.

Buscando em tudo perfeição
Procuro ser melhor no que fizer
Eu faço
Por Ti.
Para te encontrar mais rapidamente possível.
Reconhecer-te em minhas entranhas
Amar-te tempo integral.
Não sei como verbalizar essa procura
Essa procura escandalizada da Verdade
Por tantos caminhos
Às vezes tão contraditórios.
Perco-me em minhas estradas
E se penso que te acho naquela esquina
Já ultrapassasse antes o meu sinal vermelho.
Caminho assim em torturada procura
Mas, sei que um dia te encontro.
Quando menos esperares.
Estarei em mim
Profundamente implantada
E serei plenamente feliz
Pois serei Tu e Eu num só Ser.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
sábado, 29 de dezembro de 2012
A árvore.
Enterrei
profundamente minhas raízes na terra.
Escavei o mais
fundo que pude.
Enrosquei-me nas
pedras duras e frias.
Atravessei camadas
e camadas de terras frias, úmidas, fofas.
Cheguei ao barro e
atravessei-o.
Fui fundo.
E enquanto me enroscava
cada vez mais na Mãe que me nutria.
Cresci em beleza e
força.
Meu troco cheio de
nós.
Cheio de rugas
grossas e negras.
Meus galhos vivos,
viçosos.
Minhas folhas fortes
e saudáveis.
Cresci mais que
todas as árvores.
Estava ali plena e
segura.
Vendo passar o
tempo.
Passar as nuvens.
Passar as
estações.
Nascerem,
crescerem e morrerem os homens.
Mesmo aquele que
me plantou.
Liberei sementes.
Fui moradia para
pássaros, besouros, formigas, lagartas, borboletas e lagartixas.
As crianças subiam
em meu tronco.
Não temiam ficarem
dependuradas nos meus galhos.
Eles não quebravam
facilmente.
Eu era imponente.
Entre minhas irmãs
a mais orgulhosa.
Nada dizia. Mas,
meu porte demonstrava o que sentia.
Mas, algo
aconteceu.
Minhas raízes
atingiram veio d’água.
Que se infiltrou
numa quantidade que não podia consumir.
E elas foram
apodrecendo, tornando-se frágeis, mortas.
E como uma doença
infernal se espalhou por todas as minhas pernas.
E o meu tronco foi
descascado, minhas folhas caindo. Meus galhos enfraquecendo.
As crianças já
temiam subir em mim.
E fui abandonada
pelos moradores.
Só restaram os
cupins.
Que me devoravam
os últimos resquícios de vida.
Finalmente tombei
em dia de tempestade.
Não servi nem para
lenha.
Esquecida fiquei
por anos e anos.
Apodreci voltei a
terra.
E para meu
encanto.
Reiniciei a lançar
raízes.
A viver de novo.
Como se a natureza
desse a cada ser sempre uma nova chance.
De vida e vida em
abundância.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Lua, Lua, Lua. 3

É teu semblante sereno e branco
Que acalentou e acalenta
Tantos e tantos sonhos.
Soprados ao vento,
Feito prece,
Canto ou encanto.
E tu soberana da noite,
Ciclicamente renovada,
Escutas pacientes minhas lamúrias.
Meus lamentos ensimesmados,
Eu em mim concentrado,
Absorto em minha alma chorosa.
Qual mãe prestativa e presente
Surge sempre quase mesma hora
E eu sei que poderei contar contigo
Contando minhas histórias,
Enquanto fitas, calada e comovida
As minhas chagas.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Sons, pena e tinteiro.

Dos sons dos mortos tiro letras vivas
Que fazem tremular corações,
Reavivar emoções, dores e alegrias.
Desses sons de tempos idos
Refaço e faço poesia.
Que falam da vida, do dia-a-dia,
De chegada e partida,
De ida sem mais vinda.
Fazendo brota lagrimas doridas,
Gritos sussurrados,
Desgostos que angustiam.
Desses sons dos mortos
Embebo vidas.
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