Teu anjo te chama...
Com voz inefável,
Sem harpas,
Sem flautas,
Sem sons audíveis.
Teu anjo te chama...
Entre os sóis,
As luas,
As estrelas,
As caudas frias dos cometas.
Teu anjo te chama...
Entre nuvens de poeira,
Nos abissais buracos negros,
Abismos sem fim.
Teu anjo te chama...
Com ternura,
Com zelo,
Com docilidade,
Com bondade.
Teu anjo te chama...
Infame criatura!
Feita de pó de estrelas,
De um pequeno sopro,
De uma pequena chama,
Pequena e Divina.
Teu anjo te chama...
Para e tenta ouvi-lo.
Para que não te perca a alma,
Para que tu não te percas,
Na vil vida que levas.
Arrastando-te pelo pó
Da Terra
Maculando-a.
Teu anjo te chama...
E se não ouves
Ficaras enredado na lama,
No lodo,
Na imundice de teus insanos desejos,
Que só ver a ti
Que criam, em vida, tantos pesadelos
De inumanidade,
Morte,
Terror,
Maldade.
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