quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Perdoe.


Perdoe.

Por eu não ser o que você gostaria que eu fosse.

Por não ter a beleza que você admirou há tantos anos atrás.

Por não ter mais a mesma agilidade.

Por não raciocinar com ligeireza.

Por não poder acompanhar, assim, tua lógica, teus pensamentos.

Por não gostar mais da sua música. Para mim, barulhenta.

Por não sentar ao bar e ter fazer companhia.

Por não querer ir aos mesmos lugares.

Por ficar calada horas e horas.

Por ficar comigo mesma.

Por não ser mais a amiga de brincadeiras mundanas.

Por não sentir prazer nas mesmas coisas.

Por parecer uma estranha que não reconheces e mora em teu lar.

Por está tão longe dos teus planos.

Por ter criado um novo modo de vida.

Por ter modificado meus valores.

Por ter me tornado mais rígida quanto ao certo e errado.

Perdoe por ter mudado.

Mas, há algo que me impeliu e impele.

A dor que sinto da separação.

Da separação do bem.

Da separação do amor.

Da separação da Luz.
Da separação de Deus.

E isso fica a cada dia.

Mais forte do que a antiga eu.

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