quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Coraçao de mulher.

Coração de mulher.

Eis teu coração.

Tão velho como o tempo de tuas andanças.

Não o reconheces?

Faltam-lhe em pedaços luz.

Mas, foi tu que a cedestes pelos caminhos.

Uma parte deste ao teu pai que sumiu numa noite e nunca mais voltou.

E essa parte escureceu, murchou.

Esse outro pedaço concedestes ao amor maternal.

Que não abandonou até a morte.

E quando ela, tua mãe, se foi esse pedaço foi com ela.

Presenteastes alguns amigos um cantinho do teu coração.

E entre traição, esquecimento e lágrima ele se quebrou.

Todavia, não desistisses, pois, ainda havia coração e se apaixonastes.

Confiaste boa parte desse coração, já tão machucado, ao companheiro de jornada.

Por muitos e muitos anos esperasse que a realidade se transformasse no teu sonho.

Porém, não foi assim, insultada, desprezada, solitária, apagou mais um pedaço do teu coração.

Ficaram os frutos teus filhos. Crianças benditas.

Que ao crescerem, cresceram também em egoísmo, em falta de amor, em desrespeito.

Eis teu coração.

Tão velho como o tempo de tuas andanças.

O reconheces agora?

Retalhado pelo amargor de todos os desamores?

Por todos os sonhos não realizados?

Pelas promessas não cumpridas?

Pelas dores do abandono?

Mas, espera...

Há tremenda luz que resiste.

Como um diamante lapidado sem defeito.

Como pedra preciosa sem risco algum.

Uma parte do teu coração que nunca foi machucado.

Que nunca foi abandonado.

Que nunca foi esquecido.

Que nunca foi traído.

Que está repleto de amor.

Transbordante de alegria.

Sabe a quem entregaste essa parte do teu velho coração?

A quem tem amor eterno.

A quem não te deixou só sequer uma vez.

A quem sempre estava ao teu lado.

Na alegria e tristeza...

Entregastes a Deus.

(visite: Poemas e Encantos II )



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