sábado, 5 de janeiro de 2008

Reviravolta


Gozo, prazer, riqueza, dinheiro, poder.

Foi a tua infância e o adolescer.

As mansões dos amigos.

Os passeios nos carros de luxo.

As caçadas as raposas.

As brincadeiras em grandiosos jardins.

A tua beleza sem par, que parecia não ter fim.

A proteção do teu pai que nada lhe negava.

Até que um dia veio à morte que os separaram.

Viste tua riqueza se esvai.

Como água pelo ralo.

As aves de rapina a te roubarem os bens.

E tu sem ninguém a quem recorrer.

Teus servos foram embora.

Tua ama chorosa te abandonou.

Da tua casa fosse expulsa.

E só a rua te sobrou.

Não tinha parentes a quem recorrer.

Quando então lhe aparece aquele senhor.

Que a leva para a via fácil.

Para a tortura de ser carne exposta ao sexo sem amor.

E foram anos no tormento.

Ate que a sífilis de ti se apossou.

E fosses de novo jogada na sarjeta.

Até que o corpo feneceu e tua alma o abandonou.

Os que passavam falavam: uma prostituta, mulher vadia, sem vergonha.

Enquanto do outro lado os anjos te socorriam.

Como criança que não fora preparada para a vida.

Que não tiveram amparo de ninguém.

Que fora utilizada como mercadoria.

Por que anjos julgariam duramente assim esse alguém?
(visite: Poemas e Encantos II )

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