No final
sempre me parecem assim
Esquecidas de
si.
Emaranhadas em
sonhos esvaídos e vazios
Perdidas em
entrelaçado velhos fios.
Os olhos ao
chão sem sonhos,
Só lembranças
cinza tudo bisonho,
Em tons
enfadonhos.
Morta à
criança que já foi um dia
Já não é mais
a menina arredia
Da rua a mais
bela guria.
Da turma agitada,
alegre, a guia.
Fechou o lábio
em silêncio respeitoso
Ao cônjuge, ao
lar, a tudo que um dia lhe foi desgostoso.
Tornou-se
senhora fulana de tal. Perdeu o nome espantoso!
Empurrou-lhe a
vida dessa época para uma morte lenta
Tortura diária
de ser rainha do lar.
Impossibilidade
de ser livre, de ir ao teatro ou ao bar.
Sem esperança de
nada, nada a acalentar.
Findou aos
poucos como o Sol no entardecer morno.
Sem grande
brilho ou show.
Quase, quase ninguém notou.
Mallika Fittipaldi. Autoria.
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