Então vem cá coça minhas costas.
Ver se tem algum bichinho preso no meu cabelo.
Ou se meus ouvidos estão sujos de cera.
Ou meus dentes estão com algum fiapo preso desde o almoço.
Você que ser minha amiga?
Então quando for a minha casa e me ver acordando não rias dos meus cabelos.
Dos meus olhos inchados.
Do meu bafo de leão velho.
Do meu pijama, velhinho e rasgado.
Você que ser minha amiga?
Ouça pela milionésima vez a mesma piada.
E não se incomode quando eu perder a chave do carro em cima da mesa.
Ou revirar a bolsa atrás do batom que nem uso.
Você que ser minha amiga?
Esteja pronta a ir comigo a livrarias.
E ficar a olhar o mar de livros sem falar nada.
Vendo o ir e vir de desconhecidos nas prateleiras.
Você que ser minha amiga?
Agüente minhas piadas sem graça.
Minhas patadas sem sentido.
Meus abraços inesperados.
Meu riso de bruxa.
Você que ser minha amiga?
Esteja comigo e eu contigo.
E quando sentires dor chorarei contigo.
E seremos assim, meio irmãs siamesas.
Separadas de corpos.
Mas, unidas de alma.
2 comentários:
Nossa, que texto emocionante!
O mais curioso é que a Construtora de Palavras postou um texto com o mesmo título em 21 de abril e 2010. Conexão literária! :)
Agradeço o carinho lá no blog da escrevedeira.
Bjinho :)
adorei seu blog sigar o meu voce nao vai se arepende ok beijos
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