Mistério nesse corpo frio.
Não há mais calor.
Para onde ele foi?
Que saiu dele para transformá-lo numa pedra de gelo?
Onde está o movimento?
A forma de sacudir os cabelos.
O piscar dos olhos.
Olhos de céu.
Fechados para sempre.
Seu sorriso morto.
Seus dentes cerrados.
Seu corpo rijo.
Que mistério e esse?
Que leva a vida e o movimento.
E deixa o vazio e o lamento.
A solidão e o desespero.
Não há mais razão de chamar seu nome.
E suas coisas serão doadas.
Tudo que amava abandonado.
Todos seus amigos deixados.
Seus amores esquecidos.
Seus livros empoeirados.
A areia do tempo encobrira teu corpo.
E tuas lembranças.
O que de ti não esquecerem.
Serão também engolidos pelo tempo.
E em outros tempos,
E em outros lugares,
Com outros nomes,
Em outros corpos,
Nos encontraremos.
Em nova vida.
Em nova chance.
Um comentário:
Um dia, tudo pára, como um estranho sortilégio, mas é apenas uma pausa breve, na grande roda da eternidade.
Bom fim-de-semana
Runa
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