De onde vens? Para aonde vai?
Vejo em teu rosto tantas marcas.
Que sorriso é esse que impera eterno em teu rosto?
Pois, se te vejo em condições tão miseráveis.
Não tens segue um calçado.
Tua roupa é rota.
Teus cabelos desgrenhados.
Tuas unhas escuras de terra.
De onde vens? Para onde vais?
Possivelmente hoje ou quem sabe até ontem não comestes.
O que te faz tão feliz?
Por que sorris?
Se não tem uma casa para voltar.
Um lar.
Uma cama para descansar o corpo.
Que venturas viveste nessa terra.
Que alegria tantas tivesse.
Que mesmo na decadência sorris?
Qual boa ventura te abraçou a mocidade.
Que ainda te preenche o coração.
Quantos amores.
Quantos amigos te fizeram a vida cheia de venturas.
Quanta riqueza tivesse nas mãos.
E teu corpo foi revestido de seda ou linho.
É isso que te traz o riso no rosto?
As lembranças?
Mesmo quando hoje já não tens mais nada.
Ou tens algo que nos esconde?
Talvez uma alma saciada pela vida.
E que entregue os sonhos a Deus esteja plena
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