Olho para teus olhos dementes.
Que figuras te apavoram?
Que monstro de perturbam a mente?
Onde perdeste tua alma.
Em que lugar desistisse de ti mesmo.
E hoje és oco como tronco velho.
Por que buscasses a alegria no sonho.
No néctar falso.
No poder nefasto.
Não viste que teu corpo fenecia?
Que tua mente fugia apavorada.
Ou sonhava com o que não existia.
Hoje, trapo de vida.
Molambo de homem.
Cheiras mal jogado em uma esquina.
Os que te vêm se assustam ou se apiedam.
Mas, não te socorrem.
E continuas entre sonhos e pesadelos.
O corpo treme com convulsões.
O pulso acelera.
O suor escorre pelo teu corpo.
Já não tens mais força para procurar tua assassina.
Morrerás aí onde estás.
No meio de teus próprios dejetos.
Não há mais quem te forneça a droga.
Acabou...
Vejo quem vem te buscar.
São sombras.
Como foste na tua vida.
Elas te perseguirão.
Até sugar tua última energia.
Vejo-te entrar no vale do desespero.
Agora só posso orar e esperar.
Até que te arrependas e abras teu coração.
Para receber a divina consolação
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