
Escolhido.
Deus quem dera ser um dos teus escolhidos.
E após a vida no céu recebido.
Pelo coro dos anjos embevecido.
Pisar em tuas estradas de ouro.
Colher rosas de diamantes.
Deus quem dera ser um dos teus escolhidos.
Ouvir sons de cascatas borbulhantes.
Odores de flores mil.
Canto de pássaros não conhecidos.
Que enchem o ar de poesia.
Deus quem dera ser um dos teus escolhidos.
Para está aos seus pés por toda eternidade.
Louvando-te a grandeza, a sapiência, a pureza.
Não me cansando nunca de olhar para Ti.
Deus, quem dera ser um dos teus escolhidos.
Para viver eternamente em bênção divina.
Em paz eterna.
Em Shamadi, Satori, Êxtase.
Em ócio divino.
Deus sabe que não serei um desses teus escolhidos.
Então, dá-me um pequeno jardim de rosas.
Para que possa trabalhar a cada uma.
E um dia, minha recompensa, ter o mais lindo buquê de flores...
A te oferta.
Resultado do meu trabalho, do meu suor, do meu amor por Ti.
(visite: Poemas e Encantos II )

Já não posso.
Doar o que doei.
Entregar-me do mesmo modo.
Ter verde eterno a minha esperança.
Acreditar veementemente na melhorar.
Sonhar que sim...Vai melhorar.
Que os problemas serão passageiros.
E mudaremos para melhor.
Já passou o tempo e a experiência endureceu meus sonhos.
Vejo-os a cada dia mais envolvidos em materialidade.
Eles não sonham com anjos.
Sonham com poder, sexo e drogas.
Choro pelas suas perdas.
Que eles acham ganhos.
Vejo-os estendido ao solo.
Em poças do seu próprio sangue.
Mortos, jovens, alegres e sanguinários.
Fariam o mesmo com outros.
Oro.
Para que não seja longo o tempo da reparação.
Que lhes chegue à compreensão.
Que ser bom é bom.
(visite: Poemas e Encantos II )
Escolhi
Desci.
Porque te vi.
Amei-te sem pensar.
Vi tua alma.
Igual a minha.
Não titubeei.
Desci.
Corri atrás de ti.
Sem pensar em nada a não ser em aproximar-me.
Desci.
Pois, vi teus olhos tristes.
Seu não sorriso.
Num rosto plácido.
Porém, triste.
Desci.
Para te fazer sorrir.
Alegrar tua vida.
Preencher teus sonhos.
Fortalecer teu ânimo.
Fazer-te feliz.
Nem que fosse por um tempo.
Enquanto coubesse nos teus braços.
Dormisse no teu colo.
Balbuciasse poucas palavras.
E depois quando crescesse e me fosse.
Um dia voltaria.
Com outro anjo nos braços.
Que chamarias de neto.
Duas vezes duas filho teu.
(visite: Poemas e Encantos II )
Doce olhar.
Doce olhar de mel.
Numa face de Luz.
Num sorriso que apazigua.
Na mão que acaricia.
Nas mãos que curam o corpo.
Nas palavras que curam a alma.
Nos ensinamentos que purificam a vida.
Que eleva o animal/homem a homem/anjo.
Leves pisadas em solo árido.
Que fazem brotar flores em terrenos áridos.
Crescerem sementes entre pedras.
Amolecerem corações endurecidos.
Cultivando amor.
Teu canto preencheu a tudo.
Percorreu os mares.
Atravessou oceanos.
Abraçou o mundo.
Entrasse em todas as casas.
Sendo ou não bem recebido.
Tentastes trazer luz as sombras.
Partiste e ficastes.
Estás em cada coração que te ama.
Tenta de amar.
Ou te seguem os ensinamentos.
Não morrestes no madeireiro infame.
Continuas aqui comigo e com tantos.
Nos iluminando a alma triste.
Com tua voz sublime, tua Luz divina, teus encantos.
(visite: Poemas e Encantos II )
Não, não te abandonei
Não, não te abandonei por prazer.
Nem tão pouco pelo trabalho que me trarias,
Ou pelas horas de sono que iria perder.
Não, não te abandonei por prazer.
Para ficar na rua alta hora,
Ou badalar em festas frívolas.
Não, não te abonei por prazer.
Para poder amar aos homens,
Ou não envelhecer rapidamente.
Não, não te abonei por prazer.
Que sei que são rápidos como relâmpagos,
Tênues como teia de aranha,
Mutantes como as nuvens.
Não, não te abandonei por prazer.
É que não podia fica contigo,
Meu peito era seco,
Sem vida, sem leite.
Não tinha a te dar agasalhos,
Só trapo.
Pensei em ti.
Não, não te abonei por prazer.
Mas, pela minha miséria.
Pela minha pobreza total.
Pensei em ti.
Perdoa-me.
Filho.
(visite: Poemas e Encantos II )
Pedindo.
Eu estendo minha mão.
Peço...
Tu indagas.
Quem és?
O que queres?
Por que o queres?
Realmente precisas?
Não estás a me enganar?
Eu estendo minha mão.
Peço.
Envergonho-me...
Tu te indagas.
Será merecedor de minha ajuda?
Não estará nessa situação por merecimento?
Devo ajudar a esse ou a outro?
Vale a pena ampara a essa criatura?
Eu estendo minha mão.
Peço.
Envergonho-me.
Sofro...
Tu indagas.
Valerá auxiliar?
Não é mais um vagabundo a tripudia da boa fé humana?
Mais, um enganador?
Um salafrário?
Um ladrão esperando que me aproxime mais?
Eu estendo minha mão.
Peço.
Envergonho-me.
Sofro.
Enquanto indagas
Eu me retiro.
Com minha fome.
Com minha miséria.
Com minha dor.
Com minha vergonha.
Sem tua ajuda.
Sem teu amor.
(visite: Poemas e Encantos II )
Seu nome...
Como fera que espreita.
Arreganha a boca e espera.
Dentes a mostra em ameaça.
Saliva grossa que escorre.
Rosnado...
Olhos de fogo no escuro.
Olhos de caçador.
Olho de quem atormenta a presa antes da morte.
Olhos que paralisam, estancam.
Pequeno monstro.
Que nos para os passos.
Nos atormenta as noites.
Nos impede.
Nos detêm.
Estacionando-nos na vida.
Seu nome: medo.
(visite: Poemas e Encantos II )
Envergonho-me... Tenho tanto.
Tão pouco oferto.
Para que esse apego desvairado.
Esse egoísmo exacerbado.
Esse medo de tudo perde...Doando.
Como se realmente falta fosse fazer.
Então, guardo, escondo, prendo.
Cristalizo, petrifico meu coração.
Contudo, felizmente, em algum momento, vejo.
Alguém dando.
Não dinheiro,
Não roupa,
Não alimento.
Mas, a si mesmo.
Seu tempo.
Seu trabalho.
Seu suor.
Seu sorriso.
Sua força de vida.
Seu amor.
Enrubesço.
Envergonho-me.
Aprendo mais um pouco.
Esse sentimento quem sabe?
Leve-me a um novo começo?
(visite: Poemas e Encantos II )
Minha boneca Marli
A mais linda das bonecas.
De cabelos vermelhos,
Enroscados pelos meus mil penteados.
Imundos por serem pelo chão arrastados.
Faltando, aqui e ali, uma mecha, que lhe foi arrancada.
O corpo um pouco deformado.
De tantos abraços apertados.
De saltos mortais,
Cambalhotas originais.
Vestido rasgado.
Velho,
Sujo,
Amarrotado.
Ah! Marli...
Era minha boneca preferida.
A mais amada,
A mais querida.
Que mais necessitava de mim.
A mais doentinha,
Fraquinha, fraquinha, sim.
Foi-se no tempo Marli.
Surgiram joãos, Marias, Joaquins.
Weltons, wilsons, wandercleides,
Albertos, Marianas, Lucicleides.
Muitos outros bonecos de carne e alma.
Que me lembram a Marli.
Sujos, corpos deformados, roupas rasgadas, velhas, amarrotadas, fraquinhos, fraquinhos.
Bonecos que eu não abracei,
Que não ajudei,
Que não amei.
Hoje os procuro em outros tantos assim.
Para plantar a paz em mim.
(visite: Poemas e Encantos II )
Nascendo.
Dura caminhada me espera.
Enquanto esqueço o que já fui.
E as lembranças se embotam.
Parecendo que adormeço.
Enquanto, insistentes flashes da vida pipocam em meus olhos.
Mas, já não os compreendo.
É como morrer.
Sabendo e escolhendo.
Deixando para trás
Não só o corpo.
Mas, todas as realizações,
Todos os sonhos,
Todos os amores.
Encolho.
Atraído pelo ventre que me espera.
Pela nova vida que começa.
Já não sou o mesmo.
Serei outro.
Outro nome.
Novas tarefas.
Fecho por fim os olhos.
Não há mais o que lembrar, o que pensar.
Só sentidos.
No fim do túnel a luz.
E renasço.
Choro.
Primeiro sinal do que me espera.
Devido a dividas contraídas durante eras.
(visite: Poemas e Encantos II )