
Linda e jovem tecelã
Teces a linha da teia.
Fina como os sonhos das donzelas,
Brilhante como as ideias.
Nela colocas dons, bênçãos e maldições.
És incansável nesse ato,
Inicias ao nascer o sol
Estende-se até o entardecer.
Fias e fias com imenso prazer.
É teu destino fiar sem esmorecer.
Bela mulher tecelã
Os fios te esperam as mãos.
Coloca-os na roca de costura sem tensão.
Sabes que sabes
Erraras não.
Crias intricadas tramas,
Belos padrões,
Ou toscos grilhões.
Inicias ao entardecer
Até a última hora tricotas com esmero.
Teces a trama com imenso zelo.
É teu destino tecer sem esmorecer.
Majestosa senhora tecelã
Verifica a obra feita
Encanta-se com o apuro das linhas
Delicia-se com a trama e a história
Enternece-se, chora, sorri, emudece.
Nem fias e nem teces.
Em tuas mãos a tesoura... instrumento final
Que encerra o trabalho das três.
Cortas a linha que se liga a roca.
Findas a trama da vida que dela brota!
E as tecelãs, novamente, reiniciam a obra.