Louça branca
Não penso ser uma louça branca, virgem.
Estragam a brancura límpida da peça
Riscos, marcas, rugas, traços que de mim convergem.
Resquícios de vivências onde minha alma tropeça.
As escolhas que faço podem parecer alheias...
Não são. Elas trazem em si um passado, as vezes escuro, que
as perneiam.
São as tristezas, erros medos e maculas de outras eras o
que as desencadeiam.
A cada pensamento emoção e ato, em busca da melhora, que realizo
Na verdade, não são novos apenas reproduzo e repito
O que já fiz, intentei ou perseguir
E mesmo assim, com esforço, não consegui.
Tendo comigo a fé de que a louça limparei
Sigo em frente! Mesmo que pelas bordas do tempo, meu destino
honrarei
E certamente toda macha, da louça, extirparei.
Fica a cada passo uma esperança.
De que um dia essa louça limpa e branca
Receba a Chama Divina que tudo cria.
Então, essa alma, minha alma, não será mais vazia.
Autoria: Mallika Fittipaldi. 2019
6 comentários:
Que lindo! Belíssimo!
Quanta sensibilidade!
Amei!
Luciana Rodrigues
Obrigada pelas palavras, pela visita.
Com fé e esperança com certeza sua alma limpará.
Belo poema querida Mallika
Obrigada amiga querida.
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