
A chave
Perdi a chave.
Não sei se na esquina,
Na calçada,
Na rua,
Na estrada.
Quem sabe esqueci?
Em alguma gaveta,
Em cima de uma mesa,
No guarda-roupa,
Na penteadeira.
Distrai-me em algum momento...
Lanceia-a em lugar esmo...
Não me lembro.
Que tormento.
Descuidei-me.
Perdi a chave
Do tempo.
Em que tudo era mais fácil,
Em que a felicidade era infindável,
Em que os amigos não faltavam,
Em que a solidão não me acompanhava,
Em que a falsidade não imperava,
Perdi a chave.
Da alegria juvenil,
Do doce sorriso infantil,
Da aura branca da criança,
Perdi a chave.
Da felicidade simples,
Sem grandes complicações,
Em que existia prazer em olhar as nuvens,
Tornando-se castelos, princesas, anjos e dragões.
Preenchendo de sonhos minha alma e coração.
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