Quem pode nos acusar?
Nesses tempos...
Onde cada ato pode ser um golpe.
Um golpista a tentar lhe arrancar dinheiro.
Um enganador a lhe tentar roubar a paz.
Um ladrão a lhe tentar roubar os bens.
Quem pode nos acusar?
Nesses tempos...
Onde aquela senhora pode ser uma traficante.
A criança na esquina um cheira cola.
O homem na bicicleta um assaltante.
O policial um bandido disfarçado.
Quem pode nos acusar?
Nesses tempos...
Em que grassa violência.
Em que a mentira toma hálito de verdade.
Em que o engano é armadilha fácil de se cair.
Em que a trapaça é comum.
Em que o forte se impõe ao fraco.
Quem pode nos acusar?
Nesses tempos...
Que temos medo de sair às ruas.
Que oramos para que nossos filhos retornem da escola com vida.
Que fitamos com aflição nossos cônjuges sair para trabalhar.
Que trancamos nossa casa com milhares de grades, por medo.
Quem pode nos acusar?
Nesses tempos...
De não auxiliar o caído no calçamento.
De não amparar a velhinha com suas dúvidas no caixa eletrônico.
De afagar a cabeça de uma criança na rua.
Quem pode nos acusar, nesses tempos, de omissão?
Nossa consciência.
Onde está escrita a lei divina:
Ama a teu próximo.
E tua colheita será resultado da tua semeadura.
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