sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Ouve meus conselhos

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Por que não ouve meus conselhos?

Meus clamores?

Meus anseios?

Por que não escutas o que te digo?

Por que não presta atenção a minha fala?

E não paras para compreender?



Há tanta pressa em tua vida?

Há tanta coisa ainda a ver?

Há mistérios a descobrir?

Aventuras a viver?



Tolo menino.

Fútil jovem tresloucado.

Pelo que hoje arrisca a vida embriagado.

Eu e outros já vivemos em tempos passados.



E quando o tempo escorrer pela tua vida.

Sorriras internamente.

Lembrando os conselhos dos velhos que achavas demente.

E que hoje, no teatro da vida, cabe-te o papel.



Daquele que tem cuidado.

Que pela vida foi machucado.

Marcado então a ferro e fogo.

Não quer ver a outros marcados.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Indagando.


Será a vida destinada ao nada?



Existirá continuação?



Ou findará simplesmente ao último suspiro?



Continuarei a respirar após o derradeiro alento na carne?



Ou ganharei novos pulmões e outros ares?



Serei findo como todos os dias?



E renascerei novo ao amanhecer?



Terminarei meu tempo nesse corpo de carne?



Ou receberei novo corpo depois de algum tempo?



Voltarei?



Retornarei a esse lar chamado terra?



Ou dela nunca mais sairei?



Serei carne doada a terra?



Ou espírito oferecido aos céus?



Por que ainda pergunto?



Se tantos já me responderam...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Poema simples.


Pablo Amaringo - arte chamânica.


Eu quero um poema simples.

Que fale do nascer do Sol.

Das nuvens num céu azul.

Dos pássaros que saúdam a manhã.

Quero um poema simples.

Que fale do meu amor pelas plantas.

Da calma que o verde trás.

Dos perfumes das rosas no jardim.

Quero um poema simples.

Que descreva o aroma doce do café.

O cheiro do pão novo.

O barulho da água na chaleira.

Quero um poema simples.

Sem grandes desejos de glória.

Mas, apenas dizer que hoje acordei.

Que estou viva.

E tenho uma porção de pequenas coisas a realizar.

Para participar da orquestra da vida.

domingo, 24 de outubro de 2010

Não falo...



Fecho a boca para não falar do que quer que seja que não traga o bem, o bom o belo.

Rejeito abrir minha boca para citar defeitos alheios.

Nego relatar qualquer fato inverídico.

Oponho-me a criticar quem quer que seja.

Não permito que da minha boca saiam palavras agressivas.

Não me presto a emprestar minha voz a interesses escusos.


Fecho os olhos para não ver e não participar do mal.

Recuso-me a olhar o que corrompe.

Nego a estender meu olhar para os que querem demonstrar sua empáfia.

Oponho meu olhar a vulgaridade.

Não crio imagens negativas.

Não me presto a fitar o que aflige a humanidade sem nada fazer.


Fecho os meus ouvidos a toda fofoca.

Rejeito ouvir maledicências.

Nego escutar inverdades.

Oponho-me a prestar ouvido a palavras inúteis e negativas.

Não me permito atentar para palavras baixas.

Não me presto a emprestar meus ouvidos a conversas que me levem ao mal.


Por isso, muitas vezes:

Não falo,

Não vejo,

Não ouço.






sábado, 23 de outubro de 2010

Cegueira.


Que os anjos me inspirem a falar de felicidade.


Que eles me lembrem as promessas de Nosso Deus.


Que nos prometeu o maná dos céus.


A vida eterna.


A alegria de um céu sem dor ou censura.


Que os anjos ponham em minha boca palavras de doçura.


E que a dor que te aperta o peito se afrouxe.


E vá se embora feliz como pássaro solto da gaiola.


Que descobriu que há muito, a porta estava aberta.


E era só empurrar com o bico e ela se abriria para o céu azul.


Que os anjos nos mostrem a porta aberta.


Para mim e para você.


A saída do problema que nos aflige.


O escape das nossas próprias tramas.


O apego ao nosso próprio sofrimento.


O pagamento das nossas dividas.


O resgate amoroso dos nossos erros.


Pois, não há falta de amor divino.


Existe só nossa cegueira espiritual.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ângelus.



Ângelus que cuida da nossa Terra.



Que sobre esse orbe azul derrama amor rosa incondicional.



Ângelus mensageiro divino



Que pela eternidade recebeu a missão de enviar amor.



Aos que habitam esse planeta.



Ângelus estupendo que ilumina todos os recatos.



Todas as brenhas, todas as brechas, o pico dos montes, as águas abissais.



O coração dos homens e mulheres crentes do Divino.



As crianças que ainda vê seus próprios anjos.



Os anciões que se dedicam a Deus.



Os jovens que se prestam ao bem.



Contudo, apesar de sua magnificência, seu poder, seu amor e caridade.



Chora pelas almas escurecidas que chamadas pela última vez à reencarnação.



Nesse planeta de águas.



Dada a última chance de redenção pelo amor.



Trilham, ainda, os caminhos do ódio, do vicio e do egoísmo.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Passagem.


Liberta alma das grades que a ungia.



Aberta a porta da carne que a prendia.



Encontra-se entorpecida.



Até que retorne a consciência.



Precisa o guia paciência.



Enxerga a alma sua nova morada.



O mundo das almas a abraça.



E ela sabe: morri!



E pela tela da sua mente.



Triste ou contente.



Rever sua vida.



De trás para frente.



Sua velhice se conseguiu ser anciã.



A maturidade, a juventude, a infância.



Até ser feto em ventre materno.



Avalia seus feitos e defeitos.



E chora ou ri...



Se possível abraça os que ficam em pranto.



Despede-se de todos com saudade.



E volitando com seu guia.



Parte para a grande viagem.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Precipício.


Quantas vezes, jogado ao precipício, ao abismo.



Entre as sombras que tresloucadas me agridem chorarei.



E fugindo sem ter para onde, me ocultarei na lama abençoada.



Escondendo-me dos perseguidores implacáveis.



Quantos anos passarei nessa massa amorfa de comparação de vida.



E sentirei a pouca carne que possuo doer e queimar.



E meu coração em chamas já não suportar tanto sofrimento.



Quando então minha consciência banhada em culpa.



Pela morte, pelo flagelo que impus aos outros, pelo poder corrupto exercido será expurgado.



Quantas chagas se abrirão como rosas púrpuras na pouca pele que me recobre os ossos.



Quantas feridas, queimadura, arranhaduras ainda terei.



E mesmo assim, ainda continuarei no abismo.



Que vento fresco poderá aliviar o calor que me incendeia.



Quantas vidas ainda terei para não ter mais nenhuma?



Quantas linhas cruzarão as minhas e serei tristemente humano.



Quantas pessoas pisarão os meus caminhos, repetirão meus erros.



E mesmo que as avise não me ouvirão.



Quantos estarão comigo nos umbrais e ouvirão meus gemidos.



E mesmo quando cheio de remorso, eu redimido.



Socorrido e amparado.



Os irmãos do precipício enlouquecidos.



De certa forma por mim compreendidos e amados.



Não me acompanharão na remição.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Entre nós.

Entre nós existe algo inexplicável.

Você esta onde eu sempre estou.

Você vivifica a minha vida.

Você me dá fôlego aos pulmões.

Você me da vida!



Há algo entre Você e eu.

Que é incompreensível para quem não vive.

Quem me torna sobre humana.

Que preenche o meu vazio.

E explode em amor perfeito no meu peito.



Há algo que só nós sentimos.

É um amor tão forte e inexpressível.

Que poucos poderiam compreendê-lo.

É infinito, interminável, inalterável.

É força universal.



Há deveras algo muito estranho conosco.

Porque caminhamos unidos a eras.

E Tu me acalentas incansavelmente.

E nada que faço te aborreces.

Tu só me esperas desde que partir.

Pacientemente, espera o meu retorno,

Para Ti.

Pai.

domingo, 17 de outubro de 2010

Pedido

Leva anjo o que penso, o que sinto e que pressinto.

E nos teus raios indistintos levas o meu pensamento.

Leva anjo a Terra do Verão.

Leva, leva nessa madrugada.

Minha alma.

Carrega-me em tua luz.

Conduz-me ao outro lado.

Orienta os meus passos.

E faz-me encontrar meus antepassados.

Permite que eu veja os que se foram.

Que transitam entre cá e lá.

Que possa vê-los, abraçá-los.

E minha saudade matar.

Que os reveja em sorrisos.

E nos braços possa-os aninhar.

Permite anjo amigo se isso não for possível,

Ao menos o sonhar.

Com aqueles que já partiram.

E que um dia hei de reencontrar.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Quem pode nos acusar?

Quem pode nos acusar?



Nesses tempos...



Onde cada ato pode ser um golpe.



Um golpista a tentar lhe arrancar dinheiro.



Um enganador a lhe tentar roubar a paz.



Um ladrão a lhe tentar roubar os bens.



Quem pode nos acusar?



Nesses tempos...



Onde aquela senhora pode ser uma traficante.



A criança na esquina um cheira cola.



O homem na bicicleta um assaltante.



O policial um bandido disfarçado.





Quem pode nos acusar?



Nesses tempos...



Em que grassa violência.



Em que a mentira toma hálito de verdade.



Em que o engano é armadilha fácil de se cair.



Em que a trapaça é comum.



Em que o forte se impõe ao fraco.





Quem pode nos acusar?



Nesses tempos...



Que temos medo de sair às ruas.



Que oramos para que nossos filhos retornem da escola com vida.



Que fitamos com aflição nossos cônjuges sair para trabalhar.



Que trancamos nossa casa com milhares de grades, por medo.





Quem pode nos acusar?



Nesses tempos...



De não auxiliar o caído no calçamento.



De não amparar a velhinha com suas dúvidas no caixa eletrônico.



De afagar a cabeça de uma criança na rua.





Quem pode nos acusar, nesses tempos, de omissão?



Nossa consciência.



Onde está escrita a lei divina:



Ama a teu próximo.



E tua colheita será resultado da tua semeadura.

Leis

Não sejam as dores em vão.

 
Minhas ou tuas irmãos.

 
Que elas nos tragam sem enganos.

 
O conhecimento humano.

 
Das Leis que regem o destino.

 
Leis escritas em eterno papiro.

 
No recôndito das nossas almas.

 
Todas estão lá.

 
Pulsando como coração em movimento.


Esperando a qualquer momento,

 
Que a reconheçamos como primordiais.

 

Para nossa evolução.

 
Para nossa paz.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Tua Luz.


Senhor dê-nos a tua Luz.

Para que perscrutemos nossas sombras.

E reconheçamos nossas falhas.

Que tão bem escondemos de nós mesmos.

Senhor dê-nos a tua Luz.

Para que possamos encontrar nossos defeitos.

Abraçá-los e chamá-los de nossos.

E vê-los como parte de nós mesmos.

Senhor dê-nos a Tua Luz.

Para que com ela possamos encarar os nossos erros.

De frente sem máscaras e maquiagens.

Enfrentando-os sem dissimular.

Senhor dê-nos a tua Luz.

Para que possamos nos iluminar.

E mesmo cientes das nossas falhas.

Da escuridão que habita nossas almas.

Com Tua Luz alimentar a nossa.

E no correr das eras ser o que devemos ser.

Luz a iluminar, candeia na janela, farol e norte.

Para outros, que hoje como nós, vivem nas trevas e escuridão.