quinta-feira, 31 de julho de 2008

Tentei.


Tentei.


Tentei, juro, tentei.

Não deixar morrer a esperança.

Não guardar más lembranças.

Não ser todo desconfiança.

Não me afastar do riso.

Não deixar me infestar pelo siso.

Não ficar seco que nem leito de rio.

Não abandonar os sonhos.

Não titubear nos planos.

Não jogar fora à felicidade.

Não fecha a porta a liberdade.

Não ser mais um morto-vivo nessa cidade.

Sem Luz.

Sem piedade.

Mais um sem divindade.

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quarta-feira, 30 de julho de 2008

Ah! Se eu te amasse...

Ah! Se eu te amasse...

Não seria tão indelicada.

Tão grosseira.

Megera indomada.

Mentirosa e falsa em proveito próprio.

Ah! Se eu te amasse...

Não buscaria tanto meu prazer

Atropelando os outros.

Não seria egoísta.

Trapezista social.

Ah! Se eu te amasse...

Não seria triste minha vida.

Esperança não faltaria.

Nem tão pouco alegria.

Ou fantasia.

Ah! Se eu te amasse...

Já seria um anjo.

Um Deva.

Um santo.

Um Mestre.

Ah! Se eu te amasse...

Não te buscaria todos os dias.

Nada pediria.

Nada quereria.

Pois, teria tudo.

A certeza de Deus em mim.

E em toda vida.

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terça-feira, 29 de julho de 2008

Ato.



Ato.

Quando se planta uma flor,

Rega-se o amor,

Doa-se um sorriso,

Cria-se uma esperança,

Ama-se uma criança,

Para a vida para ver o pôr do Sol,

A Lua que no céu desponta,

A estrela que brilha sem cessar,

Cria-se uma idéia para o bem-estar,

Um plano para muitos ajudar,

Um trabalho para se doar,

São os homens que estão a se transformar

Em anjos que auxiliam outros a acreditar

Que a vida é o melhor que há

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segunda-feira, 28 de julho de 2008

Pensando em amor...

Pensando em amor...

Amo.

Todos os dias que o Sol nasce soberbo.

Rasgando o céu.

Avermelhando as nuvens.


Amo.

Todos os dias de chuva.

Em que árvores são regadas com lágrima celestiais.

As ruas ficam empoçadas.

E o cheiro de terra úmida sobe as narinas.


Amo.

Todos os dias em que posso ver a passarada.

O vôo do gavião sobre os edifícios.

Os besouros nos jardins.

Os pequenos gafanhotos pulando na grama.


Amo.

O som do mar.

Seu rugido.

Seu gemido.

Seu som inconfundível.


Amo.

Pisar no chão de barro.

Caminhar pela areia.

Sentir nos pés pedregulhos.

E a terra fria.


Amo.

O som que produzo.

Quando falo de amor.

Quando acalento um amigo.

Quando desmancho um castigo.

Quando desejo um bem.


Amo.

O que Tu me destes.

E se faço de algo mau uso.

Perdoa-me a ignorância.

Há muito mais a aprender a amar.

Ainda aqui neste lugar.

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domingo, 27 de julho de 2008

Pressa.

Pressa.

De tanto que fiz...Esqueci.

Fazer tudo rápido, aleatoriamente.

Esqueci como são as coisas realmente.


Como um robô,

Uma máquina,

Que não sente.


Uma bomba no automático,

Que funciona “sozinha”,

Sem nada precisar.


Acordar,

Trabalhar.

Voltar ao lar.


Na rotina embarcar sem pensar.

Passando pela vida

Como a vegetar.


Com pressa

Sem parar e ver

As maravilhas de ser


Um ser pensante,

Um ser amante,

Um ser divino,


Um viajante,

No tempo e no espaço.

Feito para se alegrar,


Com todas as benesses,

As maravilhas,

As delicias divinas,


Que Deus no dá.
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sábado, 26 de julho de 2008

Destronei Deus.



Destronei Deus.

Do seu trono de ouro e brilhantes.

Do seu cajado de diamantes.

Da sua coroa de marfim.

Das suas vestes de fios de ouro.

Das nuvens extremamente brancas e brilhantes.

Da sua beleza incomparável.

Da sua barba branca inigualável.

Destronei Deus.

O coloquei no homem que puxa carroça.

No moleque que cheira cola.

No louco da rua.

Na pequena prostituta.

No menor abandonado.

No feto no lixo jogado.

No ancião abandonado no asilo.

Em todos os não nascidos.

Nos que se foram sozinhos sem carinho.

Em cada irmão adormecido.

Pura verdade que Deus está em tudo isso.

Que é preciso mudar nosso olhar de Narciso.

E na feiúra da vida vê Deus por nós esquecido.

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sexta-feira, 25 de julho de 2008

Quinze minutos para um poema.



Quinze minutos para um poema.



Quinze minutos.

Nesse tempo o que se fala...

O adeus doloroso do amante adorado.

Que parte sem perspectiva de retorno.

A noticia de um desastre fatal.

Que nos leva amigos imperdíveis.

Criaturas adoráveis e risonhas.

O resultado de um exame

Que nos condena a vida.

Quando anuncia: negativo.


Em quinze minutos...

Posso mudar toda a minha vida.

Posso abandonar os meus.

Posso arrulhar a um novo amor.

Posso dizer adeus a mim mesma.



Em quinze minutos

Pode acabar meu mundo

O seu mundo

Nosso mundo.


Em quinze minutos...

Tudo pode mudar.

Mas, não, mais esse poema.

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quinta-feira, 24 de julho de 2008

Meu jardim.


Meu jardim.


Desse-me a terra

Para eu criar um jardim.

As melhores sementes

O húmus vivificante

Sopra-se a vida

Eu coloquei o pé no barro e na areia

Com certeza plantei flores

Rosas, sempre vivas, cravinas.

Hortênsias, lírios, orquídeas.

Quão lindo poderia ter sido o meu jardim

Deixei, contudo de perceber.

A erva daninha que deixei cresce

A flor do orgulho

Que se espalhou e transformou-se

Em maldade

Desesperança

Vaidade

Mentira

Egoísmo

E o meu jardim murchou

Escureceu, apodreceu, morreu.

Estou de novo a fazê-lo

E Pai não me deixa esquecer

De escrutinar cada canto

Para que a erva do orgulho

Disfarçada de amor próprio

Não volte a reinar.

E meus esforços arruinar.

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quarta-feira, 23 de julho de 2008

Encravadas.


Encravadas.

Sinto por não ter mudado

Por ser o que não deixei.

Sinto pelo tempo passado

Tão mal aproveitado.

Sinto pelos erros encravados

Feito unha na pele.

Sinto necessário arrancá-los

Mas, uivo de dor ao tentá-lo.

Sinto que voa o tempo

E não me espera.

Sinto meu lento caminhar.

Parecendo a lugar nenhum chegar.

Sinto que a cada “descida”

Não pareço abandonar antigas vidas.

Sinto que elas continuam lá

Como unha encravada que não consigo arrancar.

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terça-feira, 22 de julho de 2008

Acompanhante.


Um dia.

Uma dia já não estarei cá.

Não ouvirei teu choro.

Nem tão pouco teu riso.

Não acompanharei teus passos.

Nem te verei perder-se nos descaminhos.

Não te poderei dar a mão.

Para ajudar-te a levantar após a queda.

Não te falarei das coisas boas.

Nem te alimentarei os sonhos.

Não ouvirei tuas queixas.

Nem somarei as minhas as tuas.

Não sonharei teus sonhos.

Nem realizarei os meus.

Não estarei aqui.

Nem tu sentirás falta.

Da tua segunda sombra.

Que te seguiu enquanto podia.

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