sábado, 28 de janeiro de 2012

Tempestade e destruição.



Eis de novo a tempestade

Com sua fúria

Com sua fome de destruição

Com seus uivos de agouro

Com seus silvos de horrores.

Lá vem a tempestade

Derrubando tudo que não esteja alicerçado

Tudo que não seja unido

Que não esteja bem enlaçado.

Aproxima-se a tempestade

Arrastando consigo o que é frágil

O que é fraco

Que não tem força

Que não tem raízes profundas.

Chegou à tempestade da vida

Expondo nossas mazelas

Expondo nossas fraquezas

Expondo nossas ilusões

Expondo nossos dissabores e desamores.

Lá se foi a tempestade

Retirou muito do que já não nos servia

Que não tinha mais razão de ser

Que não enlaçávamos com nosso amor

Que não protegíamos como feras

Levantou nossos medos

E contribuiu para que nos fortalecesse-nos. 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Chuva fina



Chove chuva bem fininha

Molha as rosas da vizinha

Faz pequena poçinhas

Nas ruas e esquinas.

Chove chuva bem fininha

Molha o vidro da janela

Molhar a grama verdinha

Molha o gato da vizinha.

Chove chuva bem fininha

Lavando a roupa de quem transita

Os carros nas ruas

Os cães abandonados

Chove chuva bem fininha

Chove para eu correr a rua

E brincar feita menina.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Poema.



Desejo criar um belo poema

Que preencha de alegria o coração de quem o ler.

Que faça sorrir.

Que ilumine olhos.

Que ajude a deixar para trás as dores.

Que apague da memória os dissabores.

Que desfaça crenças negativas.

Que anime a alma entristecida.

Que levante o ânimo.

Que seja uma corda onde se segurar.

Um porto seguro para se atracar.

Um ombro amigo para se encostar.

Um guia.

Um mestre.

Um professor.

Um curador.

Que enfim, extinga com o que de ruim for.

E vêem palavras a serem dita ao sofredor.

Ame, se entregue à vida.

Tenha fé no seu Senhor.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Para onde vão?

Pintura de Gianni Strino


Quando morre para onde vão?

Nossos amigos,

Nossos irmãos,

Nossos filhos,

Nossos pais.

Nossas lembranças,

Nossas bem aventuranças,

Nossas falhas,

Nossas faltas.

As palavras ditas,

As palavras não ditas,

As dificuldades em falar,

As dificuldades de ouvir.

Os nossos projetos,

Os nossos intentos,

Os nossos objetivos,

Os nossos sonhos.

O nosso corpo,

O nosso sorriso,

O nosso bom humor,

O nosso encanto pela vida.

A nossa fé,

As nossas crenças,

As nossas esperanças,

A nossa alma?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Ouço meu choro.




Ouço meu choro.

Baixo, surdo, mudo...

Mudo de pensamentos insanos e moribundos.

Mas, acompanha-me o soluço...

Liberado da garganta como um urro.

Frente ao fim

Teu fim nesse mundo.

Que fazer dessa dor brotando do âmago mais profundo.

Recolho as lembranças das nossas vidas,

Ponho fotos em caixas de sapato,

Tuas vestes aos necessitados,

Teus versos imprimirei para o mundo,

Tua imagem guardo na retina,

Tua alma no meu peito,

Tua história na minha história,

E assim, viverás enquanto vivo,

E para meu túmulo

Levar-te-ei comigo.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Rejeito.

Rejeito...

A falta de amor ao próximo,

A falta de auto-amor.

A censura que violenta,

A libertinagem que corrompe.

A falsa amizade,

A amizade que magoa.

As palavras torpes,

As palavras que humilham.

A mão que agride,

A mão que destrói.

A vida seca de carinho,

A vida sem esperança, sem um ninho.

Rejeito...

A tudo que desumaniza,

A tudo que torna mais animal o homem,

A tudo que nos retêm no lamaçal dos baixos instintos,

A tudo que nos afaste do Bem,

A tudo que nos afaste do Belo,

A tudo que nos afaste do Bom.

A tudo que nos afaste de Deus.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O que me impulsiona.


O que me impulsiona.

A nunca desistir de sonhos.

A apostar sempre no bom destino.

A crer na palavra alheia.

A procurar o melhor no outro.

A silenciar frente à ofensa.

A não maldizer a má sorte.

A não calar frente a uma injustiça.

A calar quando nada deva ser dito.

A amar da melhor maneira a mim possível.

A não deixar a tristeza ficar por mais de um dia.

A recebê-la outra hora abraçá-la e mandá-la embora.

A não ter desistido de sorrir.

A ser diferente por não me incomodar como estou.

A procura ser o que sou.

A viajar dentro da minha alma.

A traçar caminhos escuros.

A correr riscos inoportunos.

A buscar incessantemente o que desejo.

O que me impulsiona?

À vontade de reencontrar a Luz Divina.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Eu vivi.



Eu vivi.

Momentos que não estão mais na lembrança.

Momentos fugidios, rápidos, ligeiros.

Apagados pelo tempo.

Mas, eu vivi.

Os sonhos de criança.

O barquinho de papel na chuva.

Pegar tanajura.

Sim, vivi.

De pés na terra.

Correndo no areal.

Criando sonhos deitada no quintal.

Vivi.

A dor de me tornar mulher.

O incômodo de começar a envelhecer.

Mesmo, na hora, disso não saber.

Como vivi.

A adolescência em sorrisos.

Em bobas loucuras.

Sem compromisso.

Vivi profundamente.

O primeiro amor.

Amor não correspondido.

Amor tão belo perdido.

Vivi.

Prazer e dor.

Ódio e amor.

Sem censura sem pudor.

Vivi meu mundo.

Sabendo que eu era.

Jovem, guerreira, forte e verdadeira.

Vivi e envelheci.

Deixando para trás tanto valores.

Para me tornar adulta.

Vivi as falsas manhas dos homens.

Seus jogos de poder.

Para poder sobreviver.

Vivo hoje.

E tento não mais conter.

O que sobrou da criança e da jovem.

Dentro do meu ser.

Para ser e não só ter.