terça-feira, 11 de maio de 2010

Linhas de vida.

Linhas de vida.
Possivelmente ninguém as acha belas

Mas, sinceramente merecem respeito

Pelo que representam,

Por aquilo que as criaram,

As trouxeram a tona.

Não é concebida a toa.

Têm toda uma história de vida e luta.

Podem ser profundas,

Rasas,

Retas,

Tortas,

Rígidas,

Flácidas.

Contundo, quem tem compreensão

Sabe o que representam.

A perda de um amor,

O último adeus,

A memória que se foi,

O passado que não volta.

Estão estampadas em que as aceita ou não.

E mesmo quando destruídas pelo bisturi...

Parecem continuar ali

De forma indelineável,

Fantasmagórica.

É, é assim.

Não adianta fugir.

Por isso as respeito,

Espero não renegá-las,

Elas são atestados de tempo, vida, sabedoria ou aprendizagem.

Estão por todo o corpo.

Saúdo minhas, nossas, vossas rugas.
Retratos de vida.




Retratos infernais.



Fácil retratar o inferno,

Com todos os seus demônios,

Todos os seus horrores.

As dores infligidas,

As perseguições,

As inquisições.

As feridas, as pústulas abertas,

Resultantes de tantos desacertos,

Erros cometidos em milhares de inda e vindas.

Chagas alimentadas invariavelmente pelo egoísmo,

Que cultivamos, amamos, alimentamos.

Em cada ato voltado para nos beneficiar.

Assim, de vida em vida,

De morte em morte,

De nascimento, em nascimento,

Criamos mais horror.

Retornando, retornando sempre ao Hell.

Morada dos demônios que parimos.

É fácil dessa forma recordar o inferno,

Em todos os seus detalhes,

Em todos os seus círculos,

Pois, o carregamos conosco.

Adormecido, inconsciente.

Mas, lá registrado em nossas almas e mentes.

domingo, 9 de maio de 2010

Ela


Ela

Estar sempre presente,

Sempre a postos,

Difícil dizer um não

(corta seu coração).

Dar sem pedir troca,

Esconde sua mágoa em sorrisos.

Primeiro eu,

Depois, se puder, ela.

Suas orações sempre me constam,

Na sua mente eu habito

Vinte quatro horas por dia,

Sete dias por semana,

Trinta dias por mês,

Enfim, todos os momentos.

Não vê algo bonito que não me queira dar,

Capaz até de se endividar.

Perde o sono com os meus problemas,

Ora para que sejam resolvidos.

É minha ferrenha advogada,

Nos meus erros... Panos frios.

Sou sua eterna menina.

Mesmo ao meu cinqüentenário.

Por essas, e por mais um milhão de coisas,

Amo-te mãe.

Amo-te muito.

sábado, 8 de maio de 2010

Psiuuuuuuuu!


Toc, toc, toc,

Batem na porta.

Zum, zum, zum,

Zunida o besouro.

Chua, chua, chua,

Água correndo.

Tchbum.

Um grande mergulho.

Aaaah.

Que suspiro.

Rock, rock, rock,

Serra serrote.

Glub, glub, glub,

Bebe-se água.

Hummmmmmmmm,

Alguém ta pensando.

Kkkkkkkkkkkk,

Que risada boa.

Snfi, snfi, snf,

Não, não chore.

Ooooooooh,

Que espanto,

Bip, bip, bip,

Buzinas de carro,

Foooooommmmmmmmmmmmm,

Buzina de caminhão.

Tapiocaaaaaaaaa, milho verde, pipoca, frutaaaaaaaaaas,

Vendedores ambulantes.

Buuuuuuuuum,

Algo explodiu.

M....................

Palavra feia.

Crak,

Quebrou.

Aiiiiiiiiiiiiiiii,

Machucou-se.

Au, au, au.

Cão latindo.

Cocoricooooooooo,

Galo cantando.

Vrum, vrum, vrum,

Motor esquentando.

Vraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaammmmmmmmmmmmmmmm.

Liquidificado em ação.

...............................................................................................................................................................

Pssssssssssssssiu!

Silêncio!

O rei dormiu.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Teu anjo te chama.



Teu anjo te chama...

Com voz inefável,

Sem harpas,

Sem flautas,

Sem sons audíveis.

Teu anjo te chama...

Entre os sóis,

As luas,

As estrelas,

As caudas frias dos cometas.

Teu anjo te chama...

Entre nuvens de poeira,

Nos abissais buracos negros,

Abismos sem fim.

Teu anjo te chama...

Com ternura,

Com zelo,

Com docilidade,

Com bondade.

Teu anjo te chama...

Infame criatura!

Feita de pó de estrelas,

De um pequeno sopro,

De uma pequena chama,

Pequena e Divina.

Teu anjo te chama...

Para e tenta ouvi-lo.

Para que não te perca a alma,

Para que tu não te percas,

Na vil vida que levas.

Arrastando-te pelo pó

Da Terra

Maculando-a.

Teu anjo te chama...

E se não ouves

Ficaras enredado na lama,

No lodo,

Na imundice de teus insanos desejos,

Que só ver a ti

Que criam, em vida, tantos pesadelos

De inumanidade,

Morte,

Terror,

Maldade.



quinta-feira, 6 de maio de 2010

Como uma teia...




Como uma teia.

Teia de aranha que envolve sua presa,

Que adormece os sentidos da vítima,

Que não surge a visão,

Que fina e invisível envolve,

Em seu manto de morte e escuridão.

Como uma teia.

Feita aos poucos,

Delicadamente,

Sutilmente,

Que se enrosca imperceptível ao iludido,

Que pensa estar livre desse tecido,

Que o envolve como uma placenta,

Mas, não lhe traz ou assegura sua existência,

Simplesmente devora suas carnes,

Entorpece os seus sentidos,

Extermina-o da face terrena.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Sem atenção...


Sem atenção...

Arlequim, palhaço, saltimbanco,

Em todos os circos presente,

Alegrando picadeiros,

Fazendo gente contente.

Iluminado rostos infantis

Com a magia do meu sorriso,

Das quedas premeditadas,

Das trombadas,

Enfim, das palhaçadas.

Não sei então porque insistem

Em me pintarem assim

Triste.

Retratando em mim o que são

Infelizes, abatidos, sorumbáticos

Seres.

Que se prendem

As nuvens negras

Da tristeza, das lágrimas, da solidão,

Sem prestarem atenção

Nas cores,

Sons,

Beleza,

Alegria,

De tudo bom que trás a vida

Para os seus corações.


segunda-feira, 3 de maio de 2010

continuo...


Continuo...

Espantou-se?

Não devia.

Animais têm alma.

E vivos permanecem.

Mesmo que o corpo feneça

A vida aparente dilua-se

Minha alma também é abençoada.

Minha vida continua.

Somos criaturas do Pai

Ele de nós não esqueceu.

Morre o corpo

Fica o Eu.

domingo, 2 de maio de 2010

Anjo da saudade.


Triste anjo da saudade

Das lembranças.

Do que não foi esquecido.

Que deveria ter sido olvidado.

No negrume dos tempos abandonado.

Deslembrado.

Não te quero...

Por que vens?

Não te chamo,

Não te espero,

Não te amo.

Qual a sombra que segue os corpos

Silenciosa, rastejante, sutil,

Tu chegas.

E com teu véu tece a agonia

A melancolia, a tristeza.

De lembrar

O que eu desejo

Que minha alma esqueça.


sábado, 1 de maio de 2010

Peço a ti pão.



Peço a ti pão.

Sei que não podes me dá mais que isso.

Dê-me ao menos pão.

Não posso contar com seu abraço,

Estou suja.

Com teu sorriso,

Tens tanto problemas.

Com tua palavra amiga,

Tens tanta pressa.

Então, me dê pão...

Para saciar minha fome humana.

Já que não tens condições de saciar

Minha sede de amor.