O meu ataúde se deteriora
Eu o vejo, a
cada momento, esmaecer.
Como velha
pintura a embranquecer.
Que com o
tempo se corrói e se corrompe.
Ele geme
como nau fantasma.
Num mar frio e apavorante.
Na bruma
escura do anoitecer.
Na sua casca
de madeira e terra
Refestelam-se
mil vermes rastejantes.
De cores
pálidas e inebriantes.
Que atraem
moscas coruscantes.
Seus pedaços
caem ao caminho.
Eu sinto
cada vez mais velho
Esse antigo
ninho.
Espero impaciente
o desfecho.
Quando o ataúde
que me contem
Pelo seu próprio
feito.
Se rompa em trilhões
de pedaços.
Então, eu
verdadeiramente viva.
Como borboleta
livre do casulo.
Estenderei-me
para os céus seja diurno ou noturno.
E voarei
livre em minha alma
Retornando a
pátria da qual nuca esqueço.
Que aguardei
e que almejo.
Até o próximo
ataúde que mereço.
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